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Cunha deve ignorar decisão do STF contra Temer, diz aliado

Renato Costa/Folhapress
Deputado Sóstenes Cavalcante distribui pão com mortadela em sessão plenária da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF)
Sóstenes Cavalcante distribui pão com mortadela em sessão plenária da Câmara dos Deputados

O grupo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), planeja ignorar a ordem do STF (Supremo Tribunal Federal) para instaurar processo de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer.

Em reunião com a presença do peemedebistas, no início da tarde desta terça-feira (5), deputados fizeram duros ataques à decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello, antecipada pela coluna Mônica Bergamo.

Segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), Cunha manifestou insatisfação com o ministro e indicou que não vai cumprir a ordem judicial.

De acordo com o deputado do DEM, a decisão do Supremo será ignorada até que o plenário da Câmara comece a votar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, em sessão prevista para o próximo dia 15.

"Essa decisão do Supremo é um absurdo. Nós vamos ignorar e pronto", disse Cavalcante à Folha. "O Supremo está interferido no Legislativo. Eles que venham aqui mandar a gente cumprir. Se eles querem guerra institucional, é guerra que eles vão ter", afirmou.

Segundo o deputado, Cunha deve alegar que ainda não despachou outros pedidos de impeachment contra Dilma para protelar a abertura do processo contra Temer.

"Tem um monte de pedido na frente. Por que nós vamos ter que abrir o do Temer primeiro? Não vamos", desafiou Cavalcante.

Se a manobra funcionar, o vice terá a chance de ser empossado na Presidência antes que Cunha cumpra a ordem do STF de instaurar processo contra ele.

Além de aliado do presidente da Câmara, o deputado Cavalcante é pastor da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada por Silas Malafaia. Ele acaba de trocar o PSD pelo DEM.

Temer no alvo


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