Folha de S. Paulo


Deputado acusa governo de oferecer R$ 2 mi para voto contra impeachment

Sergio Lima - 12.mar.2015/Folhapress
O deputado Paulinho da Força (SD-SP) em Brasília
O deputado Paulinho da Força (SD-SP) em Brasília

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB), acusou o governo, nesta terça-feira (5), de oferecer R$ 400 mil para parlamentares que se ausentarem da votação do impeachment da presidente no plenário e R$ 2 milhões para um deputado votar contra.

Sem apresentar provas, ele também se negou a dizer nomes dos deputados que teriam recebido as ofertas do Planalto.

O parlamentar comentava a notícia de que a presidente não fará qualquer mudança ministerial antes da votação do impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.

"É mais ou menos o que o PT faz a vida toda: engana todo mundo. Os parlamentares que estão aqui nesse troca-troca têm que saber disso: o governo oferece mas não cumpre", disse.

"Porque, se cumprir, imagina como será depois: pagar R$ 400 mil para um deputado ficar em casa, pra não vir votar", afirmou, depois completando que o governo "está oferecendo" R$ 400 mil para parlamentares.

"Ontem ofereceram R$ 2 milhões para um deputado só", disse. O parlamentar, segundo Paulinho, teria recebido a oferta para votar contra. Apesar da insistência dos jornalistas, ele se negou a dar o nome do político.

"Em seguida [de uma eventual vitória no plenário], como ela governa o Brasil com menos de 171 votos? É o caos no país", afirmou.

CARROS DE SOM

Paulinho da Força disse ainda que, a partir de quinta (7), os partidos pró-impeachment colocarão carros de som em frente às casas e nos bairros de deputados indecisos ou contrários ao impedimento da presidente.

"Vamos colocar os carros de som nas portas das casas, nos bairros, onde eles têm votos", disse. "Estamos mapeando voto a voto nesse toma lá da cá que o governo começa a fazer, com o oferecimento de cargos, de ministérios."

Segundo ele, nas contas dos partidos favoráveis ao impeachment, há apenas 39 deputados indecisos e entre 90 e 95 contrários.

Questionados sobre quem pagará pelos carros de som para pressionar esses mais de 130 deputados, o parlamentar disse que os partidos pró-impeachment poderão usar o fundo partidário –verba pública aplicada prioritariamente em gastos eleitorais.

"Não sei como pagar, mas provavelmente com fundo partidário. Fundo partidário você pode usar para alugar carro de som. Estamos vendo juridicamente se é possível usar o fundo partidário e vamos usar", disse, acrescentando que também há carros de som de sindicalistas a favor do impedimento.


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