Folha de S. Paulo


Amigo de José Dirceu é 1º jornalista obrigado a depor na Lava Jato

O diretor editorial do site "Opera Mundi", Breno Altman, foi o primeiro jornalista a ter mandado de condução coercitiva cumprido na Operação Lava Jato.

Ele foi levado para depor na Polícia Federal em Brasília, nesta sexta-feira (1º). Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão em sua casa em São Paulo, de onde foram levados HDs de seus computadores.

Na 17ª fase da operação, o Ministério Público chegou a solicitar a prisão temporária de outro jornalista, Leonardo Attuch, do site "Brasil 247", mas o juiz Sergio Moro negou o pedido à época.

Altman, ligado ao PT, é amigo de José Dirceu —atuou como seu interlocutor em diversos momentos do mensalão, chegando a acompanhá-lo em depoimentos à Polícia Federal após sua condenação.

Em 2014, o jornalista foi delatado pelo doleiro Alberto Yousseff como um dos participantes de um suposto esquema de chantagem para encobrir o assassinato do prefeito Celso Daniel. Ele nega envolvimento.

Defensor do governo Dilma Rousseff, Altman se envolveu, nesta semana, em uma polêmica com Luciana Genro, do Psol. Na terça (29), em seu Facebook, afirmou que "o tratamento que deveria ser aplicado a casos como o de Luciana Genro teria sido muito bem definido em 1940" –referência à morte do dissidente soviético León Trótski, em agosto de 1940, a mando de Josef Stálin.

A postagem polêmica, interpretada como incitação à violência, causou uma enxurrada de críticas e insultos.

Ela fazia referência a uma entrevista de Luciana à Folha, em que afirmava ser contra o impeachment de Dilma, mas achar que o PT tenta se fortalecer com a "tese do medo" e não considerar o juiz Sergio Moro "um fascista".

Após a repercussão negativa, Altman escreveu um pedido de desculpas na rede social.


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