Folha de S. Paulo


Emissário de João Santana buscou dinheiro, diz secretária da Odebrecht

Em um dos depoimentos de sua delação premiada, a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares disse à PF que um emissário da Pólis, empresa do marqueteiro João Santana, esteve na sede da empreiteira, em Salvador, para receber R$ 500 mil.

A secretária contou que ligou para Mônica Moura para combinar uma entrega em Brasília, mas a empresária indicou um emissário chamado André Santana para recolher o dinheiro em Salvador.

O funcionário da Pólis esteve na própria sede da Odebrecht, na capital baiana, foi levado direto para a sala de Maria Lúcia, onde a secretária já o aguardava com R$ 500 mil. O homem saiu de lá carregando uma bolsa recheada de dinheiro vivo. A delatora não precisou a data.

Maria Lúcia disse que Mônica negou que André fosse parente de seu marido. Segundo ela, André foi emissário de vários repasses, mas interrompeu a função a partir de certo momento.

Heuler Andrey/Folhapress
CURITIBA,PR, BRASIL, 23.02.2016 - CHEGADA DE JOAO SANTANA NO PR: Monica Moura, esposa de Joao Santana preso na 23 fase da Operacao Lava-Jato denominada de Acaraje chega no IML em Curitiba-PR para realizar exame do corpo de delito. Foto: Heuler Andrey/FolhaPress PODER ***Exclusivo*** - Mônica Moura
Mônica Moura e o marqueteiro João Santana em fevereiro, quando foram detidos na Lava Jato

O dinheiro distribuído foi providenciado por "NOB" –codinome de um operador chamado Alex. A Odebrecht depositava dinheiro em uma conta no exterior indicada por ele, que disponibilizava o valor, em reais, na capital baiana.

A própria Mônica esteve uma vez no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht em Salvador para se reunir com o executivo Hilberto Silva, chefe de Maria Lúcia. O departamento funcionava como uma central de pagamentos clandestinos, segundo procuradores. Na versão da secretária, Mônica foi até lá para entregar os dados de uma conta do casal no exterior.

Na operação que levou à prisão de Santana e Mônica em fevereiro, a Lava Jato identificou que uma conta que pertence ao casal recebeu US$ 3 milhões de duas empresas atribuídas à Odebrecht. Quem cuidou dos pagamentos, segundo Maria Lúcia, foi outra secretária do "departamento da propina", Ângela Palmeira, também presa.

Dinheiro vivo


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