O secretário de Educação de Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita, deixou o PMDB e se filiará nesta quarta-feira (30) ao PDT para assumir a vaga de vice do prefeito na eleição deste ano.
A mudança de partido, negociada há pelo menos quatro meses, é concretizada no dia seguinte ao rompimento do PMDB com o governo da presidente Dilma Rousseff.
A secretária da Pessoa com Deficiência de Haddad, Marianne Pinotti, e os vereadores Calvo e Paulo Frange acompanharão Chalita na migração para o PDT.
A direção do partido também tinha a expectativa de que, ao filiar o secretário, atraísse também Luciana Temer, secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social. A filha do vice-presidente chegou a ser procurada, mas disse que, se um dia se desfiliasse do PMDB, não pretendia se filiar a nenhum outro partido.
Como Luciana faz parte da cota pessoal do prefeito, a tendência é que ela permaneça no governo Haddad e deixe, sem alarde, o PMDB.
ACORDO
Gabriel Chalita deve também ocupar uma vaga na direção nacional do PDT. No acordo com o presidente do partido, Carlos Lupi, ficou acertado que ele assumirá a função de dar mais capilaridade ao partido em São Paulo.
Ele também estará à frente da pauta da educação do partido –antes comandada pelo senador Cristovam Buarque (DF), que em fevereiro deixou o PDT para se filiar ao PPS.
MARTA SUPLICY
Logo depois que a senadora Marta Suplicy entrou no PMDB e o partido passou a trabalhar, com o aval do vice-presidente Michel Temer, para que ela fosse candidata à Prefeitura de São Paulo, Haddad assumiu a articulação para tirar Chalita da legenda e fazê-lo seu vice.
O prefeito chegou a dizer publicamente que o PMDB não estava cumprindo um acordo político que fez com o PT para a eleição em São Paulo. A interlocutores, Chalita repetia que se sentiria "muito desconfortável" de não cumprir sua palavra de apoiar Haddad.
RETORNO
O PDT foi o primeiro partido da carreira política de Chalita, que foi eleito vereador aos 19 anos em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Ele deixou o partido em 1989 para se filiar ao PSDB, onde ficou até 2009.
Antes de migrar para o PMDB, no início de 2011, Chalita ficou dois anos no PSB (de 2009 a 2011) de Eduardo Campos, morto em 2014.