Folha de S. Paulo


Comissão do impeachment tem mais acusações de corrupção do que Dilma, diz jornal

Adriano Machado - 2.mar.2016/Reuters
Brazil's President Dilma Rousseff (L) talks to Vice President Michel Temer at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, in this March 2, 2016 file photo. REUTERS/Adriano Machado/Files ORG XMIT: BSB101
Presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer, em cerimônia do Palácio do Planalto

O jornal americano "Los Angeles Times" publicou nesta terça-feira (29) uma reportagem apontando que, dos 65 membros da comissão de impeachment da Câmara dos Deputados, 37 são acusados de vários crimes, como corrupção e lavagem de dinheiro.

O texto indica que, da comissão, cinco membros enfrentam acusações de lavagem de dinheiro, seis de conspiração e 19 de irregularidades contábeis. Trinta e três também enfrentam acusações de corrupção ou de improbidade administrativa. Ao todo, 37 membros foram acusados, alguns com vários crimes.

De acordo com as informações da reportagem, que utilizou dados da ONG Transparência Brasil, dos 513 deputados federais, 303 enfrentam acusações ou são investigados por envolvimento em crimes. No Senado, o mesmo acontece com 49 dos 81 membros.

Os dados não incluem possíveis repercussões da "mais nova granada", a Operação Lava Jato, lembra o jornal, que ainda cita as planilhas da construtora Odebrecht, divulgada na semana passada, que listam possíveis repasses a mais de 300 políticos.

Mesmo com uma enorme impopularidade e sendo responsabilizada pela crise econômica no Brasil, a presidente Dilma Rousseff, aponta o jornal, nunca foi formalmente investigada nem é acusada de corrupção.

A matéria cita que a petista era a chefe do conselho de administração da Petrobras, estatal alvo da Lava Jato. Para tirá-la do cargo, os legisladores estão contando com pedaladas fiscais.

O jornal explica como funciona o processo de impeachment que, se for votado por dois terços da comissão com 65 deputados federais, será encaminhado para o Senado, que decidirá o destino de Dilma.

Na semana passada, um editorial da revista britânica "The Economist" pediu a renúncia de Dilma.


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