Folha de S. Paulo


Manifestantes pró-impeachment inflam Pixuleko na avenida Paulista

Bruno Fávero/Folhapress
Boneco Pixuleco é inflado na av. Paulista próximo a acampamento de manifestantes pró-impeachmentBruno Fávero/Folhapress
Pixuleko é inflado na av. Paulista próximo a acampamento de manifestantes pró-impeachment

O grupo de manifestantes pró-impeachment que montou barracas na avenida Paulista segue acampado em frente ao prédio da Fiesp, perto do Masp, e pensa em mais formas de chamar atenção para sua causa.

A última estratégia foi erguer, na manhã desta segunda-feira (21), o Pixuleko, boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, na calçada da avenida. As buzinadas constantes e placas atacando principalmente Lula e a presidente Dilma Rousseff também continuam.

No momento, há 37 barracas montadas no local, mas os organizadores não sabem estimar a quantidade de pessoas que estão dormindo nelas por causa da alta rotatividade dos manifestantes.

O acampamento está no local desde quarta (16), quando foi instalado em protesto à nomeação de Lula como ministro da Casa Civil. Na sexta (18), a PM usou bombas de gás e caminhão com canhão de água para dispersar os manifestantes. O objetivo era dar lugar ao ato de apoio ao governo, que reuniu 95 mil pessoas.

Apesar da posse do petista ter sido suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal), os manifestantes prometem sair só depois que Dilma renunciar ou sofrer impeachment. Por causa dos ritos do Congresso, a segunda opção necessariamente demorará, no mínimo, mais de um mês.

DOAÇÕES VOLUNTÁRIAS

A doutoranda em ciências sociais Patrícia Bueno, que participa do ato, aposta que doações voluntárias de transeuntes simpáticos ao movimento, "gente normal", diz, é que possibilitarão que cheguem ao fim da missão.
"Estamos pedindo para as pessoas doarem alimentos e utensílios que podem ser úteis, em vez de dinheiro, para dar mais transparência à iniciativa", explica.

Até domingo (20), a moradia improvisada contava até com banheiro –químico– exclusivo pago por um benfeitor, mas o equipamento foi devolvido depois que a Fiesp liberou o uso de seus toaletes.

Além da resiliência, chama atenção para o grupo a rejeição a outros movimentos pró-impeachment, mesmo os considerados mais radicais. Marcello Reis, líder do Revoltados Online, por exemplo, foi expulso do local sob vaias.

"A beleza do acampamento é que ele não tem líderes nem movimentos organizados por trás e cada um aqui tem um background diferente", explica Patrícia. "Todos são bem-vindos, mas quem tentar chegar para dar ordens não será aceito".

Enquanto aguarda a queda de Dilma, o grupo seguirá tentando, a seu modo, protestar contra a gestão petista.

O próximo evento marcado é a Malhação de Lula, no Sábado de Aleluia (26), durante o qual um boneco do ex-presidente será surrado e incendiado no lugar do traidor de Jesus.


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