Folha de S. Paulo


João Doria é confirmado como candidato do PSDB à Prefeitura de SP

Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress
SÃO PAULO, SP - 20.03.2016: PRÉVIAS PARA PREFEITO DO PSDB SP - Na foto Bruno Covas, governador Geraldo Alckmin, João Dória Junior e Alexandre de Moraes. Acontece neste domingo (20) a votação para escolha do candidato a prefeitura da cidade de São Paulo pelo PSDB. (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress)
Geraldo Alckmin, João Dória, Bruno Covas e Alexandre de Moraes em votação nas prévias do PSDB

O empresário João Doria foi confirmado, na noite deste domingo (20), candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano.

Candidato único, depois da desistência do vereador Andrea Matarazzo em disputar o segundo turno das prévias, Doria teve 3.152 votos –também foram registrados 68 votos em branco e 46 nulos.

O empresário é apadrinhado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. De manhã, quando votou no diretório do PSDB no bairro do Butantã, Alckmin já havia "proclamado" a vitória.

À tarde, ao lado de Doria enquanto o correligionário votava, no diretório dos Jardins, o governador elogiou o futuro candidato a prefeito.

"O Doria é uma grande escolha, ele está preparado para recuperar a cidade de São Paulo", disse. Sobre a realização das prévias, Alckmin defendeu a tese de que o processo "não divide, escolhe".

O governador tucano também criticou as denúncias de compra de votos e uso da máquina do Estado para a escolha de Doria como candidato.

"Isso é uma ofensa e um desrespeito ao militante", afirmou.

Em discurso para os militantes no auditório externo da Câmara Municipal, João Doria afirmou que "democracia se faz no voto". "A partir de agora temos uma única bandeira, a do PSDB, do 45", disse o empresário.

Ele reverenciou o governador Geraldo Alckmin, a quem chamou de "grande liderança do partido" e puxou o coro "Geraldo, Geraldo, Geraldo". A militância respondeu com "Brasil, pra frente. Geraldo presidente".

Doria voltou a dizer que a disputa para a Prefeitura de São Paulo é uma eleição nacional, porque "o ex-presidente Lula já avisou que vai defender o seu apadrinhado, o pior prefeito que a cidade já teve".

"Venha, Lula, mas venha disputar nas ruas, e não com militante pago com R$ 30 e lanche", disse.

Doria usou parte de seu discurso para fazer uma "referência especial" ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem chamou "figura da maior grandeza e dignidade do nosso partido"

Ao falar dos adversários, Doria disse que "não há ressentimento", mesmo em relação ao ex-governador Alberto Goldman e ao presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, autores da representação contra o empresário.

"Não há ressentimento de nossa parte. Temos que ter grandeza de alma, de política. Temos que fazer política sem rancor, sem ódio no coração."

AS PRÉVIAS

Neófito em eleições, Doria disputou prévias em um PSDB rachado: enquanto o empresário era apoiado pelo governador Geraldo Alckmin, o vereador Andrea Matarazzo tinha a preferência do senador José Serra e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Também esteve na disputa o deputado federal Ricardo Tripoli. Em 28 de fevereiro, na disputa do primeiro turno, Doria teve 44% dos votos, contra 33,2% de Matarazzo e 21,3% de Tripoli.

O primeiro turno foi marcado por polêmicas, confusões e atrasos na apuração –que durou mais de seis horas. Antes da divulgação dos números, o ex-governador Alberto Goldman (aliado de Matarazzo) e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal (apoiador de Tripoli), enviaram à executiva municipal um pedido de impugnação da pré-candidatura de Doria.

Segundo a petição, Doria teria cometido abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores no dia da votação e infrações da lei da Cidade Limpa –irregularidades que ele e Alckmin negam.

Na última sexta (18), Matarazzo anunciou a desistência de sua pré-candidatura e sua desfiliação do PSDB, repetindo as acusações da petição.

"Infelizmente, a ala liderada pelo Geraldo Alckmin não me deixou outra alternativa. Não tem espaço para mim no partido que coaduna com a compra de votos, com abuso de poder econômico e com o tipo de manobras que fizeram", afirmou.


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