Folha de S. Paulo


Grupo pró-impeachment continua acampado na calçada da Paulista

Manifestantes pró-impeachment passaram mais uma madrugada acampados na calçada em frente à Fiesp (Federação das Industrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista.

O grupo, que tinha permanecido na Paulista entre a noite de quarta (16) e a manhã de sexta, voltou ao local logo depois da dispersão do ato pró-Dilma, que reuniu 95 mil pessoas na Paulista na sexta, segundo o Datafolha.

Por volta das 4h deste domingo, havia cerca de cem pessoas no acampamento, segundo informações da coordenação do movimento. Policiais militares que observavam os manifestantes à distância não souberam informar o número de pessoas acampadas no local.

Parte do grupo descansava dentro de 31 barracas montadas na calçada e alguns tentavam dormir sentados em cadeiras. Uma mulher que faz parte do grupo varria a calçada.

Enquanto outros integrantes do grupo balançavam bandeiras do Brasil e tocavam vuvuzelas e apitos. A todo momento, eles gritavam palavras de ordem como "fora PT". Alguns motoristas que passam em frente ao acampamento também interagiam buzinando para o grupo.

Ao lado do acampamento, os manifestantes colocaram um boneco inflável gigante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com uma roupa listrada, de presidiário.

Segundo um dos integrantes do movimento, muitas pessoas chegam de manhã, passam o dia no acampamento e vão para casa à noite. Na tarde de sábado (19), havia cerca de 200 pessoas no local.

Os acampados ressaltam que não fazem parte das organizações que convocam os protestos contra Dilma, como Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua. Também frisaram que não defendem nenhum partido e não tem vínculo com o presidente da Fiesp Paulo Skaf. Eles se definem como "membros de um movimento espontâneo".

Um deles apontou para o luminoso do prédio da Fiesp mostrando que não tem mais a frase "renuncia já", mas a bandeira do Brasil. "Aqui não temos partido político, se for ladrão tem que ser preso", disse.

Um dos coordenadores do grupo, que pediu para não ser identificado, disse que a intenção é aumentar o número de manifestantes a cada noite. "Ontem tinha 37 e este número aumentou", falou.

A alimentação dos acampados vem, segundo eles, de doações de motoristas que passam pelo local ou moradores da redondezas. "Ontem uma senhora me perguntou se precisávamos de algo e pedi gelo. O tempo inteiro tem pessoas oferecendo comida, café", falou uma jovem acampada no local.


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