Folha de S. Paulo


Cresce pressão de entidades patronais por saída de Dilma

Aumentou nesta quinta (17) o número de entidades de empresários que passaram a defender publicamente a saída de Dilma Rousseff da Presidência.

No mesmo dia em que a Fiesp (federação das indústrias paulistas) reuniu cerca de 90 entidades patronais para discutir ações a tomar, notas com críticas ao governo foram divulgadas pela Facesp (associações comerciais paulistas), pela Associação Comercial de SP, pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) e pela FecomercioSP.

As duas primeiras pediram a renúncia de Dilma. "Seu passado de lutas, suas convicções e seu amor pelo Brasil serão engrandecidos por essa atitude de desprendimento e de consideração pelo povo. Para o bem de todos, renuncie já, evitando um processo que irá prolongar as dificuldades do país", diz a nota de Alencar Burti, que preside as duas entidades.

HORA DO BASTA

Sem mencionar impeachment ou renúncia, a CNI e a FecomercioSP elevaram o tom ao exigir soluções para as crises econômica e política. "Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo", afirmou Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

"É imprescindível restabelecer a governabilidade. É fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos", diz a nota.

Já a Fecomercio criticou o governo por ignorar "a voz das ruas, de suas entidades empresariais, de suas instituições". "É preciso unir forças para tirar o Brasil do atoleiro. Basta de interesses mesquinhos, personalistas."

Em Brasília, a Frente Parlamentar da Agropecuária divulgou nota pró-impeachment: "Essa crise será duradoura, caso não se estanque aqui e agora pelas vias legais de que dispõe o Estado de Direito". Em todo o país, cresceram protestos de entidades e empresários ligados ao agronegócio.

Paulo Skaf, presidente da Fiesp e filiado ao PMDB, afirmou que as entidades patronais pretendem pressionar parlamentares e governadores para que apoiem a saída da presidente.


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