Folha de S. Paulo


Câmara adiciona delação de Delcídio a pedido de impeachment contra Dilma

Contrariando uma declaração dada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na véspera, a Câmara dos Deputados anexou a delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) ao pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, cuja comissão foi instalada nesta quinta-feira (17).

A informação foi dada pelo primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), responsável pela entrega da notificação a Dilma para que ela apresente a sua defesa, em um prazo de dez sessões.

Mansur não soube explicar exatamente quem tomou a decisão de anexar a delação de Delcídio –disse apenas que ela deve ter sido tomada por Cunha, a pedido dos autores da peça que embasa o impeachment.

Na véspera, o presidente da Câmara havia afirmado que não aceitaria nenhum aditamento à denúncia contra Dilma, e que caberia à comissão do impeachment acrescentar fatos novos, caso achasse conveniente.

O pedido de impeachment é assinado pelos advogados Hélio Bicudo (ex-petista), Miguel Reale Júnior (ex-ministro do governo FHC) e Janaína Paschoal. Ele trata principalmente das supostas pedaladas fiscais de Dilma em 2014 para fechar as contas públicas.

O texto menciona as investigações do esquema de corrupção na Petrobras, mas não aborda a delação de Delcídio, que ocorreu após a entrega do pedido de impeachment.

Ex-líder do governo no Senado, Delcídio foi preso após grampo indicar que ele tentava comprar o silêncio de um dos investigados no esquema. O senador petista fechou então acordo de delação em que acusa diversos políticos de participarem de irregularidade, entre eles Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pedro Ladeira - 3.jun.15/Folhapress
O senador Delcídio do Amaral em sessão no plenário do Senado, em Brasília
O senador Delcídio do Amaral em sessão no plenário do Senado, em Brasília

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