Folha de S. Paulo


Novo ministro da aviação diz não temer expulsão do PMDB

Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados
BRASILIA, DF, 16-04-2014 - XIV Seminário Brasileiro de Transporte Rodoviário de Cargas. Dep. Mauro Lopes (PMDB-MG). Foto: Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Mauro Lopes (PMDB-MG), novo ministro da Secretaria da Aviação Civil

O novo ministro da Secretaria de Aviação Civil, o deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG), disse nesta quinta-feira (17) não temer a expulsão de seu partido por ter assumido o cargo.

Em entrevista após a transmissão do cargo na sede da Secretaria, Lopes afirmou que não descumpriu a decisão de seu partido, tomada na convenção do sábado anterior, que impedia que seus filiados assumissem novos cargos no governo Dilma Rousseff. Segundo ele, o convite da presidente Dilma Rousseff foi feito antes da decisão e, por isso, ele se sentiu livre para assumir a pasta.

"Sempre respeitei as normas como secretário geral do partido. Não tomei posse mesmo convidado há mais de um mês atrás. O presidente Michel Temer já estava ciente de que eu iria assumir", disse Lopes dizendo que moção que aprovou a proibição de assumir cargos foi "precipitada". "Não desobedeci nenhuma autorização do partido".

Segundo ele, Michel Temer, presidente do PMDB e vice presidente da República, está sendo pressionado a abrir o processo para sua expulsão pelas alas divergentes do partido e justificou que ele não foi à sua posse para não desagradar a nenhuma ala.

No início de sua transmissão, não havia qualquer deputado. Já no meio do evento, chegaram dois parlamentares do PMDB de Minas Gerais.

PICCIANI

Mauro Lopes foi indicado ao cargo pelo líder do PMDB na Câmara, Jorge Picciani (PMDB-RJ), que não compareceu à cerimônia. Lopes explicou a ausência de deputados afirmando que eles estavam discutindo os membros da comissão do impeachment na Câmara.

Ex-diretor da Polícia Rodoviária e ex-secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Lopes está em seu sexto mandato na Câmara.

Ele assumiu a pasta e agora terá como uma das tarefas aprovar no Congresso uma lei que permite o aumento do capital estrangeiro nas empresas nacionais. Como deputado, ele fez emenda para modificar a lei proposta pelo governo, restringindo o aumento do capital de estrangeiros a 49% em qualquer caso (o governo havia aberto uma brecha para que o capital fosse maior que 50% para países que permitissem o mesmo para
empresas brasileiras).

Lopes afirmou que defende a mudança para proteger a soberania nacional e fez a proposta de forma consciente consciente. Mas afirma que a decisão se vai ou não defender sua posição, agora, depende da posição da presidente Dilma Rousseff.


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