O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, foi vaiado por manifestantes na avenida Paulista, em São Paulo, nesta quinta-feira (17), e teve que deixar o local escoltado por policiais.
Moraes dava entrevista quando foi cercado e xingado de "fascista", "vagabundo" e "oportunista" por manifestantes que protestam contra o governo de Dilma Rousseff.
"Cadê a polícia prendendo bandido lá na zona leste?", gritou um manifestante.
Sob vaias, Moraes precisou ser escoltado por policiais para entrar em seu carro, que foi alvo de socos e pontapés.
Antes da confusão, o secretário falava que a manifestação tem caráter pacífico, mas que a polícia terá de desbloquear a rua ainda nesta quinta por causa da manifestação pró-governo marcada para esta sexta (18).
"Pela manhã, ao verificar que as pessoas não saíam a polícia cercou a área até para preservar a segurança dos manifestantes", disse. "O Movimento Brasil Livre fez uma convocação geral e nós colocamos de forma muito clara que até o fim da tarde ou da noite eles devem se retirar porque amanhã [sexta] há uma outra manifestação marcada", disse.
Menos de uma hora depois de sua saída, a tropa de policiais usada para dispersar protestos foi retirada da Paulista. Permaneceu apenas um efetivo menor, do batalhão local.
Moraes cancelou uma entrevista coletiva marcada para as 18h15 na sede da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), devido a outra manifestação, esta em defesa de Lula, que seria realizada no Largo São Francisco.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, durante ato na Paulista |
AGRESSÃO
Mais cedo, um homem vestido de vermelho foi agredido. Manifestantes dizem que ele "era petista e provocou os agressores". A polícia interveio e retirou o homem do local.
O protesto na avenida Paulista acontece desde a noite de quarta (16), após o vazamento de uma conversa telefônica entre o ex-presidente Lula e Dilma. Na ligação, a presidente dizia a Lula que encaminharia a ele o "termo de posse" de ministro. O áudio foi anexado ao inquérito sobre o ex-presidente que tramita em Curitiba.
Segundo organizadores do movimento, aproximadamente cinco mil pessoas participam do protesto. A polícia militar não informou estimativa.