Folha de S. Paulo


Em ligação a Falcão, Lula discutiu buscas da PF antes de acontecerem

Alan Marques/ Folhapress
O ex-presidente Lula e o presidente do PT, Rui Falcâo comandam reunião do diretório nacional do PT em 2015
O ex-presidente Lula e o presidente do PT, Rui Falcâo em reunião do diretório nacional do PT em 2015

Em uma conversa telefônica com o presidente do PT, Rui Falcão, no dia 27 de fevereiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que esperava uma operação de busca na sua casa e na de seus filhos para dois dias depois.

"Eu tô esperando segunda-feira a operação de busca e apreensão na minha casa, do meu filho Marcos, do meu filho Fabio, do meu filho Sandro, do meu filho Claudio", diz Lula a Falcão.

"É, eu vi esse noticiário aqui", responde o presidente do PT.

"Na casa do Paulo Okamotto. Eu vou pensar amanhã se eu convoco alguns deputados [] para surpreendê-los", afirmou Lula.

A interpretação dos investigadores é que pode ter havido algum tipo de vazamento da investigação. A operação Aletheia não foi deflagrada na segunda (29 de fevereiro), como esperava o petista, mas na sexta-feira seguinte (4 de março) –ocasião em que Polícia Federal fez buscas nas casas e escritórios de Lula, de seus filhos e de Okamotto.

GRAVAÇÕES

O juiz federal Sergio Moro retirou o sigilo de parte da operação Lava Jato e incluiu nesta quarta-feira (16) gravações de conversas telefônicas interceptadas do ex-presidente Lula. Em uma delas, a presidente Dilma Roussef diz a Lula que encaminhará a ele o "termo de posse" de ministro, e que o documento só seria usado "em caso de necessidade".

Os investigadores da Lava Jato interpretaram o diálogo como uma tentativa de Dilma de evitar uma eventual prisão de Lula. Se houvesse um mandado do juiz, de acordo com essa interpretação, Lula mostraria o termo de posse como ministro e, em tese, ficaria livre da prisão.

Ouça


Endereço da página:

Links no texto: