Folha de S. Paulo


Delator da Camargo Corrêa confirma propina a Lobão por Angra 3

Sergio Lima - 11.dez.2014/Folhapress
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia
O senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia

Um novo delator da empreiteira Camargo Corrêa afirmou que houve pagamento de propina nas obras da usina de Angra 3 ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), à época ministro de Minas e Energia, e ao ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro.

O ex-diretor de Energia da Camargo Corrêa, Luiz Carlos Martins, teve delação homologada no ano passado e deu depoimento na ação penal que corre no Rio de Janeiro relativa a desvios na Eletrobras, o chamado eletrolão.

Por isso, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal que juntasse as declarações de Martins ao inquérito que investiga Lobão e Carreiro.

"Luiz Carlos Martins, em seu depoimento judicial nos autos da aludida ação penal, cita Edison Lobão, senador da República pelo Estado do Maranhão e então ministro das Minas e Energia, e Raimundo Carreiro, ministro do Tribunal de Contas da União, como os agentes políticos que receberam propina decorrentes das contratações da usina de Angra 3", escreveu Janot no pedido.

O dono da UTC Ricardo Pessoa também já havia relatado pagamentos a ambos personagens, o que motivou a abertura do inquérito. Foi nesta investigação que o novo depoimento foi anexado.

Anteriormente, Carreiro e Lobão já haviam negado o recebimento de propina. A defesa de Lobão já afirmou, sobre a delação de Pessoa, se tratar de "invenção de histórias próprias" com o objetivo de redução de pena.

À Polícia Federal Carreiro disse que vive do seu salário como ministro do TCU, que corresponde a 95% do valor do salário de um ministro do STF, e da renda proveniente de alugueis de cinco imóveis.


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