Folha de S. Paulo


Senador Delcídio do Amaral implica 74 pessoas em delação premiada

Em depoimentos de colaboração premiada, o senador Delcídio do Amaral, que se desfiliou do PT nesta terça-feira (15), implicou 74 pessoas, fez acusações ao governo e à oposição e elevou a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff dois dias depois depois da maior manifestação contra a petista.

Entre os citados nos relatos de Delcídio, estão alguns dos principais líderes políticos do país, como Dilma, o vice Michel Temer, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador tucano Aécio Neves (MG).

O agora ex-petista disse que Dilma tentou interferir na Operação Lava Jato por meio do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Também atribuiu a ela a nomeação para um cargo na BR Distribuidora de Nestor Cerveró, preso e já condenado em processos da Lava Jato.

Pedro Ladeira - 26.mai.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 26-05-2015, 20h00: O líder do governo senador Delcidio Amaral (PT-MS). Plenário do Senado federal, sob a presidência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), durante votação da MP 665, do ajuste fiscal. Integrantes da força sindical ocupam as galerias protestando contra a aprovação da medida. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado

Sobre Lula, o senador afirmou que ele ordenou um pagamento a Cerveró para impedir um acordo de delação.

Em relação a Michel Temer, Delcídio disse que foi o peemedebista quem chancelou a indicação de dois executivos da Petrobras que acabaram condenados na Lava Jato, João Augusto Henriques e Jorge Zelada.

Delcídio também levantou suspeitas sobre a atuação de congressistas em CPIs e descreveu supostas operações para frear investigações nas comissões parlamentares sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em 2012, e da Petrobras, em 2014.

Ao todo, foram implicados na delação 37 políticos, quatro partidos e 27 empresas.

O senador descreveu um suposto esquema de propinas para políticos em Furnas, empresa da Eletrobras, que teria Aécio Neves como um dos beneficiários. O delator lançou suspeitas ainda sobre negócios da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, quando ocupou uma diretoria da estatal.

O que diz delcídio


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