Folha de S. Paulo


Tríplex supostamente usado por família de Lula é alvo de protesto

Gilmar Alves Jr./Folhapress
Faixas e cartazes colocados em frente ao condomínio Solaris, em Guarujá

Alvo de investigação de promotores paulistas e também da Lava Jato, o condomínio Solaris, em Guarujá (a 86 km de São Paulo), onde está a cobertura tríplex supostamente usada pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também foi palco de manifestações neste domingo (13).

O ato foi organizado por integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) e reuniu cerca de 5.000 pessoas, segundo os organizadores. A Polícia Militar estimou em 2.500.

O endereço passou a ser reconhecido nacionalmente após promotores relacionarem o imóvel à família do ex-presidente. A assessoria de Lula nega que a cobertura seja da família.

Os promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo afirmam em denúncia apresentada na quarta (9) que Lula foi beneficiado com a cobertura tríplex do prédio. Ela teria sido reformada pela empreiteira OAS de acordo com o gosto da família do ex-presidente, segundo os três procuradores.

Em Guarujá, a manifestação começou por volta das 13h e terminou perto das 17h. Diversas faixas e cartazes foram colocadas em frente ao prédio. Uma delas tem a imagem do ex-presidente vestido de presidiário com a frase "Cela reservada pela OAS".

Outra diz: "Lula = pai da facção". Uma faixa faz referência à presidente Dilma Rousseff: "Dilma, a meta é: pede pra sair". Já outra faz referência à mulher do ex-presidente, a ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Além das faixas, os manifestantes, ao final do protesto, cantaram o Hino Nacional. Eles ficaram o tempo todo sendo observados pelos moradores do local, que ficaram numa sacada da área comum entre o térreo e o primeiro andar do prédio.

O advogado Bruno Leonard de Abreu, 34, afirmou ser morador do oitavo andar do prédio e disse se sentir um "azarado" por morar em um condomínio com um apartamento mencionado de forma negativa. "As pessoas passam durante à noite por aqui na rua e xingam o ex-presidente, como se os outros moradores tivessem alguma coisa a ver com isso", disse.


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