Folha de S. Paulo


Moro diz que ficou 'tocado' com apoio e pede 'corte na carne'

Uma das figuras mais mencionadas nos protestos deste domingo (13), o juiz federal Sergio Moro disse que ficou "tocado" com o apoio à Operação Lava Jato nos atos pelo país.

Sem mencionar o governo federal, Moro, responsável pela operação na primeira instância, afirmou em nota que as "autoridades eleitas e os partidos" devem ouvir a "voz das ruas" e se comprometer com o combate à corrupção, "cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle".

Ele falou ainda que, apesar das menções a seu nome, o "êxito" da Lava Jato se deve ao trabalho que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e diversas instâncias do Judiciário.

O juiz foi lembrado nos protestos em faixas, bonecos, camisetas e recebeu uma série de homenagens. Em Curitiba, onde tramitam as ações da Lava Jato, organizadores do protesto distribuíram 10 mil máscaras com o rosto do juiz.

No Recife, um boneco gigante de Moro foi levado para a passeata. Em Brasília, camisetas com a foto dele eram vendidas por R$ 30 na manifestação.

VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA

"Neste dia 13, o povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte de nossas instituições e do mercado.

Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lavajato. Apesar das referências ao meu nome, tributo a bondade do povo brasileiro ao êxito até o momento de um trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário.

Importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controle. Não há futuro com a corrupção sistêmica que destrói nossa democracia, nosso bem estar econômico e nossa dignidade como país.

13/3/2016, Sergio Fernando Moro"


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