Folha de S. Paulo


Protesto pró-Dilma tem fila para churrasco de coxinha em Porto Alegre

Paula Sperb/Folhapress
Militantes de grupos sociais e do PT fazem
Militantes de grupos sociais e do PT fazem "coxinhaço" em Porto Alegre

Para fazer um contraponto aos chamados "coxinhas" que protestam em todo o Brasil pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff, neste domingo (13), movimento sociais prepararam um churrasco de coxinha, o "coxinhaço", em Porto Alegre.

O encontro começou no parque da Redenção, ao meio-dia. Foram assados mais de 100 kg de coxa de galinha- cada coxinha foi vendida por R$ 2, acompanhada de pão. Alguns moradores de rua entraram na fila constante, com média de 80 pessoas, e ganharam o alimento de graça. Esta já é a quarta edição desse tipo de protesto desde o ano passado.

A organização do evento estima na participação de mil pessoas. A Brigada Militar, a PM gaúcha, ainda não divulgou o número, segundo seu cálculo.

"Lutamos contra o golpe e a favor da democracia. Nossas bandeiras são amplas, como a diversidade sexual e a liberdade religiosa", disse Cláudio Knierim, 54, que assava coxinhas trajando vestimentas típicas da cultura gaúcha, como a bombacha e o lenço vermelho no pescoço.

Kneriem é integrante do grupo tradicionalista Piquete Estrela Gaúcha, ligado ao PT. O professor é acostumado a preparar o churrasco tradicional e estranhou a nova modalidade. "As coxinhas são mais difíceis e preparar", disse.

"Em março passado disseram que iam derrubar o governo, mas um ano depois o governo segue. Os partidos de direita estão travando o país, e a população toda está sendo prejudicada", disse Thiago Braga, 32, integrante do Bloco da Diversidade, um dos apoiadores do protesto a favor de Dilma.

Camisetas vermelhas com os dizeres "a jararaca está viva", uma referência à declaração de Lula após sua condução coercitiva, no último dia 4 de março, eram uma das mais usadas. A aposentada Clara Aparecida, 54, usava uma camiseta do mesmo modelo. Nas costas, os dizeres: "Mexeu com Lula, mexeu comigo".

"Foi muito errado, uma ofensa. Ele foi preso sem ser condenado. Por isso protesto pelo nosso direito de ir e vir, pela democracia", disse a mulher. Também foram vistas faixas e camisetas de "Fora Cunha".

Uma banda nativista (ritmo típico gaúcho) tocou no carro de som para animar os participantes até o início das falas dos movimentos como CUT e CTB. Os ex-governadores petistas Olívio Dutra e Tarso Genro confirmaram participação no palanque. O evento da Frente Popular do Brasil será encerrado com um show do cantor Nei Lisboa.


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