O número de brasileiros que acreditam que o país vai melhorar no futuro caiu na comparação com a mesma pesquisa feita em 2000 pelo Datafolha.
Levantamento do instituto realizado de 23 a 25 de fevereiro mostra que 42% dos entrevistados pensam que o Brasil irá melhorar, ante 35% que preveem piora.
Em março de 2000, quando o Datafolha fez a mesma pesquisa, o percentual de otimistas era bem superior. Naquele ano, 59% dos entrevistados pensavam que o Brasil iria melhorar, ante 18% que previam uma piora do cenário do país.
O número de pessoas que acham que o país vai permanecer como é hoje se manteve praticamente estável: eram 19% há 16 anos; agora, são 18%.
A expectativa quanto ao Brasil no futuro, em %
Os entrevistados que não souberam responder foram de 3% para 6%.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O Datafolha fez 2.044 entrevistas em 130 municípios.
Para o diretor de pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni, os números refletem o momento de "desesperança" que o país atravessa, com recessão, retração do PIB de 3,8% no ano passado, alta do desemprego e crise política.
"O resultado tem uma forte correlação com o não se sentir representado pela classe política", diz.
Sobre o pedido de impeachment de Dilma -
Em 2000, o país, no campo econômico, ainda vivia os reflexos da crise da desvalorização do real, no ano anterior, mas não enfrentava uma queda do PIB desde o início da década de 1990 e tinha índices de inflação menores do que os atuais.
Na área social, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, medido pelo Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento, passou de 0,683 em 2000 para 0,755 em 2014. Quanto mais próximo de 1, maior o grau de desenvolvimento.
Sobre possível renúncia da presidente -
Os mais jovens, as mulheres, os menos escolarizados e com menor renda estão entre os mais pessimistas com a situação.