O Instituto Lula, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rebateu, em nota enviada à Folha, as principais suspeitas divulgadas pela Operação Lava Jato.
Contra a acusação de que a LILS, empresa de palestras de Lula, recebeu pagamentos de empreiteiras sem prestar serviço, o instituto afirmou que elas foram realizadas, os valores, declarados, e os impostos, pagos.
A Lava Jato aponta como suspeita, por exemplo, uma palestra em Santiago (Chile) marcada para 27 de novembro de 2013, que custou US$ 200 mil à OAS. E-mails de executivos da empreiteira indicam que o arquivo do contrato foi criado em 7 de janeiro de 2014 –posteriormente ao evento, portanto.
O Instituto Lula enviou à Folha o link de um site chileno que informa que, na semana de 27 de novembro de 2013, o petista reuniu-se com empresários locais para tratar do setor elétrico.
Ainda sobre as palestras, o instituto destacou que a LILS foi contratada por 40 empresas do Brasil e do exterior, e não apenas pelas investigadas na Operação Lava Jato.
Do mesmo modo, a nota sustenta que as doações de empresas ao Instituto Lula –também colocadas em dúvida pela Lava Jato– servem para a manutenção das atividades da própria entidade. "O instituto não transfere recursos ao ex-presidente", declara a nota.
A respeito da acusação de que a empreiteira OAS pagou, quando Lula deixou Brasília, R$ 1,3 milhão à empresa Granero para a "armazenagem de bens do ex-presidente", o instituto afirmou que não se tratavam de "objetos pessoais", mas do acervo presidencial do petista, que, por lei, deve ser cuidado por ele.
Disse ainda que a mudança do Palácio do Alvorada, "como ocorre com todos os ex-presidentes, foi providenciada pela Presidência da República", e não por empresa privada.
A Granero, porém, afirmou que foi contratada pela OAS para guardar parte do acervo do ex-presidente.
SÍTIO E TRÍPLEX
"É de pleno conhecimento, não só dos investigadores da Lava Jato, mas da imprensa e da sociedade, que nem o apartamento do Condomínio Solaris [em Guarujá] nem o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, pertencem ou pertenceram, direta ou veladamente, ao ex-presidente Lula. A persistência nessa tese, desmontada pelos documentos e pelos fatos, é um atestado da parcialidade que orienta a investigação", afirmou o instituto.
No entanto, a nota não menciona as melhorias no sítio bancadas por OAS, Odebrecht e José Carlos Bumlai, todos sob investigação.
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