Folha de S. Paulo


Citado no mensalão, ex-deputado Professor Luizinho reaparece e defende PT no aeroporto

A menção das palavras "Lula" e "depoimento" parecia atrair como mágica curiosos para a frente da delegacia da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, durante o depoimento do ex-presidente. O grupo, que no começo era só de jornalistas, cresceu rapidamente e depois de uma hora já passava de 100 pessoas, quase todos hostis ao petista.

Os sussurros contra Lula não demoraram a virar exclamações isoladas ("Vai pra cadeia!"), e, logo, gritos em coro ("A nossa bandeira jamais será vermelha!"). Foi demais para o ex-deputado petista Professor Luizinho, fora da política profissional desde que foi julgado –e absolvido por unanimidade– no processo do mensalão.

Ele acabara de desembarcar em Congonhas e correu para a PF quando viu notícias de que o ex-presidente poderia estar depondo no local.

Ao se deparar com o grupo hostil, tratou de responder às ofensas a seu partido, também com gritos, defendendo Lula e o PT.

Levou de volta vaias e mais acusações, que sobraram até para a mala que acabara de sair com ele do avião. "Deve ser de dinheiro", ironizaram os manifestantes.

Para prová-los errados, Luizinho abriu a mala de roupas, e, para que não restassem dúvidas, sacou uma cueca e brandiu-a por vários minutos contra seus opositores.

Um pouco mais tarde e já mais calmo, explicou à reportagem sua irritação.

"O que está acontecendo com Lula é o mesmo que aconteceu comigo: fui execrado pela opinião pública por causa de denúncias que apareceram na imprensa. Depois, fui absolvido no STF por 10 votos a 0, mas aí, como o assunto não importava mais, ninguém falou nada".


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