Folha de S. Paulo


Para líder do MBL, novo protesto repetirá o de março do ano passado

A delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) fez com que aumentasse a busca por informações dos protestos antipetistas marcados para o próximo dia 13, de acordo com o MBL (Movimento Brasil Livre).

Segundo Kim Kataguiri, colunista da Folha e um dos líderes do movimento, agora a expectativa é de que os protestos sejam da mesma ordem de grandeza que os realizados há um ano, no dia 15 de março, que levou 210 mil pessoas à avenida Paulista, segundo o Datafolha.

Delação de Delcídio
Senador cita Dilma e Lula em acordo
Delcídio do Amaral

"Antes, estávamos esperando alguma coisa no tamanho das manifestações de 12 de abril", afirmou. "Agora, parece que será mais próximo de 15 março", acrescentou. Em abril, 100 mil pessoas foram à Paulista, de acordo com o Datafolha.

Kim afirmou que ele está falando com base na quantidade de comentários, curtidas e compartilhamentos da página do MBL no Facebook. O aumento de procura é, segundo ele, comparável ao de um ano atrás.

Ele disse que a procura pela página está aumentando sozinha, sem que o movimento tenha intensificado a divulgação do protesto após a notícia da delação de Delcídio.

O MBL foi um dos principais grupos antipetistas a organizar os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

VEM PRA RUA

Rogério Chequer, líder do movimento Vem Pra Rua, também espera que as notícias desta quinta (3) impulsionem os protestos marcados para o dia 13.

"Com a confirmação de todas as suspeitas que a população já tinha, cresce a indignação", disse. "Com isso, o número de pessoas dispostas a ir para a rua também aumenta", completou.

DELAÇÃO

Em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, Delcídio revelou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou comprar o silêncio de Nestor Cerveró e de outras testemunhas.

Detalhes do acordo foram veiculados pelo site da revista "Istoé", que publicou reportagem com trechos dos termos de delação. A informação de que Delcídio fechou acordo de delação premiada foi confirmada à Folha por pessoas próximas às investigações da Lava Jato.

O senador também diz que Dilma Rousseff usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ. O ministro Teori Zavascki, do STF, decidirá se homologa ou não a delação.


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