Folha de S. Paulo


PT não pediu cabeça de Cardozo, diz presidente da sigla

Carlos Villalba R. - 4.dez.2015/Efe
O presidente do PT, Rui Falcão, em evento da sigla em São Paulo
O presidente do PT, Rui Falcão, em evento da sigla em São Paulo

O presidente do PT, Rui Falcão, nega que a direção do partido tenha pressionado a presidente Dilma Rousseff a derrubar José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça.

Ele afirma ter críticas à atuação da Polícia Federal na Operação Lava Jato, mas diz que a sigla não tentou frear as investigações do petrolão para proteger seus filiados.

"A direção do PT nunca pediu o afastamento do ministro da Justiça. Também não houve nenhum pedido para impedir as investigações da Polícia Federal", diz Falcão.

Em entrevista publicada nesta quarta (2) pela Folha, Cardozo disse ter recebido críticas de "setores" do PT insatisfeitos com a Lava Jato.

"Muitas vezes, militantes ou parlamentares petistas me fizeram críticas e sugestões em relação a melhorar a atuação da PF, evitar abusos e ilegalidades. Isso era frequente", afirmou Cardozo.

As críticas relatadas pelo agora ex-ministro da Justiça ocorreram em ao menos três momentos antes de a Lava Jato se aproximar do ex-presidente Lula, neste ano.

Em novembro de 2014, a direção do PT pediu a Cardozo que afastasse dois delegados da Polícia Federal que participam das investigações no Paraná e fizeram ataques ao partido no Facebook durante a campanha presidencial.

Na época, reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que os delegados Igor Romário de Paula e Márcio Anselmo dos Santos publicaram textos ofensivos a Lula e à presidente Dilma Rousseff, que concorria à reeleição. Igor de Paula também usou a rede para exaltar o então candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves.

Para a direção do PT, essas manifestações teriam demonstrado partidarismo e falta de isenção dos delegados da Lava Jato.

Os petistas voltaram a reclamar quando Falcão foi convocado a dar explicações aos investigadores em Brasília, no fim de 2015. A PF marcou o depoimento para 9 de dezembro, dia internacional de combate à corrupção.

A cúpula do PT protestou, alegando que a data teria sido escolhida para alimentar o noticiário e estigmatizar a sigla. Depois disso, o depoimento foi antecipado para o dia anterior, quando se comemora o Dia da Justiça.

Em janeiro deste ano, os petistas voltaram a reclamar com Cardozo quando a revista "Veja" publicou fotos de presos da Lava Jato no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba
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Entre os retratados, estavam o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro petista João Vaccari. Para a direção do partido, a exposição violou os direitos dos presos.

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