Folha de S. Paulo


Moradores apontam privilégio a Lula na cobertura de celular, diz jornal

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O sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares dispõe de cobertura de celular sem os inconvenientes de sinal fraco em áreas não urbanas.

De acordo com reportagem do jornal "Valor", a operadora Oi instalou uma torre a menos de 150 metros da propriedade rural. Os moradores de Atibaia referem-se a ela como "a antena do Lula".

O caso foi revelado anteriormente pelo site "O Antagonista".

O equipamento, ainda segundo o jornal, não está no ponto mais alto da região e não segue o traçado das rodovias que dão acesso a Atibaia, diferentemente das outras 18 torres que a Oi mantém na cidade (confira o mapa abaixo). As operadoras Tim (com 18 torres na região) e Vivo (27 torres) não instalaram nenhuma antena próxima do sítio.

Antenas de celular em Atibaia (SP)

Uma dona de casa que mora a cerca de um quilômetro da antena disse ao jornal que ela não recebe sinal da Oi. Especialistas em tecnologia celular consideraram "atípico" que a ERB (Estação Rádio Base) próxima ao sítio não siga o eixo rodoviário.

A torre foi instalada em setembro de 2011, quando a empreiteira Andrade Gutierrez, uma das investigadas na Operação Lava Jato, compunha o bloco controlador da operadora.

De outubro de 2010 a 15 de janeiro de 2011, a propriedade rural frequentada por Lula passou por reformas que, segundo a fornecedora de materiais de construção, foram pagas pela empreiteira Odebrecht, outra investigada na Lava Jato.

Suspeita-se que Lula seja o real proprietário do sítio, que está registrado em nome dos empresários Fernando Bittar e Jacó Bittar, ambos sócios do filho mais velho de Lula, Fábio Luís, o Lulinha.

Como Lula ainda era presidente da República no final de 2010, uma reforma paga por empresas que tinham contratos com o poder público pode configurar improbidade administrativa.

Na quarta (17), Lula irá prestar depoimento na condição de investigado ao Ministério Público do estado de São Paulo. A promotoria investiga um tríplex no Guarujá (SP). Os investigadores suspeitam que a empreiteira OAS usou o prédio no Guarujá para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no escândalo na Petrobras.


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