Folha de S. Paulo


Ex-dirigente da Secretaria da Educação nega relação com fraude na merenda

Ex-integrante do governo Geraldo Alckmin (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo Fernando Padula nega que tenha envolvimento com esquema de fraude em compra de merenda escolar.

Padula foi citado como "nosso amigo" pelo lobista Marcel Ferreira Julio, apontado como operador do esquema, em conversa com César Augusto Bertholino, funcionário da Coaf –dirigentes da empresa confessaram à polícia e ao Ministério Público que contratos de venda de merenda rendeu propina a políticos.

A conversa foi flagrada em grampo feito pela Polícia Civil. Nas interceptações, há também diálogo de Marcel com o ex-chefe de gabinete da Casa Civil, Luiz Roberto dos Santos, o Moita, em que eles, aparentemente, discutem contrato da Coaf.

"Acabei de falar com o Padula e ele entende, assim como eu, que não é aditivo, é reequilíbrio econômico. Não põe aditivo porque você não está mantendo o preço", diz Moita ao lobista.

Padula afirma que nunca teve relação com o lobista ou funcionários da Coaf. O ex-dirigente da Secretaria da Educação afirma também que não houve nem aditivo nem reequilíbrio econômico no contrato citado (o que poderia render mais dinheiro para a empresa). "Se eu fosse esse amigo, seria um péssimo amigo."

O ex-chefe de gabinete da Educação afirma que, antes mesmo do grampo ter sido divulgado, ele já havia pedido investigação sobre os contratos da merenda à corregedoria do Estado, pois havia sido deflagrada a operação Alba Branca, que apura fraudes em compras dos produtos pelo poder público.

Padula deixou a pasta na última quinta-feira (28), por decisão do novo secretário de Educação, José Renato Nalini.


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