Folha de S. Paulo


Ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada é condenado a 12 anos de prisão

Mauro Pimentel - 2.jul.15/Folhapress
O ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada ao ser preso pela Polícia Federal
O ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, condenado nesta segunda (1º) a 12 anos de prisão na Lava Jato

O juiz federal Sergio Moro, que cuida das ações da Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, condenou nesta segunda-feira (1º) o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, além de multa.

Na sentença, o magistrado acolheu a tese do Ministério Público, de que Zelada recebeu propina por um contrato da Petrobras por navios-sonda —ele negou as acusações. Cabe recurso à decisão de Moro.

Moro também condenou o ex-gerente Eduardo Musa —subordinado direto de Zelada à época do negócio—, a 11 anos e oito meses de prisão e multa. Ele também foi acusado de receber propina em troca de facilitar a obtenção do contrato.

Ao todo, teriam sido pagos cerca de US$ 31 milhões em propinas. O lobista João Augusto Rezende Henriques, tido como operador do PMDB no esquema, também foi condenado. O caso envolve o afretamento por US$ 1,81 bilhão do navio-sonda Titanium Explorer da empresa americana Vantage Drilling, em 2008.

Baseado em dados de um relatório de auditoria feito pela própria Petrobras, a Procuradoria culpou Zelada por ter ignorado procedimentos de governança ao celebrar o contrato, em 2008, contra recomendações dos técnicos que faziam objeções ao afretamento do navio-sonda.

Também foi condenado Hamylton Padilha, que teria distribuído a propina aos funcionários da Petrobras por meio de empresas sediadas em paraísos fiscais. Os pagamentos ao ex-diretor ocorreram em contas na Suíça e em Mônaco.

Zelada foi preso em julho do ano passado, na 15ª fase da Lava Jato, denominada Conexão Mônaco —em referência a suas contas bancárias naquele país.

OUTRO LADO

O criminalista Renato de Moraes, que conduz a defesa de Jorge Zelada, disse que a condenação do ex-diretor é injusta. "A defesa está inconformada e vai apresentar recurso ao Tribunal Regional Federal para reformar esta decisão", disse o advogado.

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Outros ex-diretores da Petrobras condenados

Sergio Lima/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 02-12-2014: Nestor Cerveró - Final da acareação do Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró na CPI Mista da Petrobras, no Senado Federal. (Foto: Sergio Lima Folhapress - PODER)

Nestor Cerveró
Diretoria: Internacional
Condenação 1 : 12 anos e 3 meses por corrupção e lavagem de dinheiro em contrato de navios-sonda da Petrobras fornecidos pela Samsung Heavy Industries
Condenação 2 : Cinco anos, por lavagem de dinheiro na aquisição de um apartamento de luxo, no Rio, com dinheiro que teria recebido de propina da Petrobras
Denúncias: Será julgado por participação em esquema para a contratação da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora de um navio-sonda
Situação: Está preso desde jan.2015. Fechou acordo de delação em nov.2015

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 05-05-2015, 15h00: Depoimento do ex diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras na câmara. O deputado Hugo Motta (PMDB-PB) preside a sessão e o relator é o dep. Luiz Sergio (PT-RJ). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)

Paulo Roberto Costa
Diretoria: Abastecimento
Condenações: no total, foi condenado a 39 anos e 5 meses de prisão em seis ações
Denúncias: como já atingiu a pena máxima prevista em seu acordo de delação premiada, passou a ser excluído de novos processos
Situação: Fez o primeiro acordo de delação da operação. Está em prisão domiciliar desde outubro de 2015

Sérgio Lima/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 19-03-2015: Depoimento do ex diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, que permaneceu calado, na CPI da Petrobrás da Câmara dos Deputados. Duque recebeu uma bíblia do Dep. Marco Feliciano e no final do depoimento olhou para o deputado e agradeceu mostrando a bíblia (Foto: Sergio Lima Folhapress - PODER)

Renato Duque
Diretoria: Serviços
Condenação: 20 anos e oito meses, por lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção por cobrar propina de fornecedores da estatal para si e o PT
Denúncias: é réu em sete ações penais
Situação: preso desde mar.2015, não fechou acordo de delação


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