Folha de S. Paulo


Advogados e procurador voltam a bater boca em audiência da Zelotes

Cena que vem se tornando rotineira na ação penal relativa à Operação Zelotes, advogados bateram boca com o representante da Procuradoria da República na tarde desta quarta-feira, na Justiça Federal em Brasília.

A defesa do réu Halysson Carvalho Silva afirmou durante a audiência que seu cliente vem sendo assediado para fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. A afirmação deu início ao embate.

O procurador responsável pelo caso, Frederico Paiva, acusou o advogado responsável pelo protesto, João Alberto Soares Neto, de estar sendo antiético.

"Conheci seu pai, que era advogado e agia com ética. Quero que se faça uma representação à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) (relatando o episódio)", criticou Paiva.

O advogado Marcelo Leal, que representa o lobista Alexandre Paes dos Santos, fez coro à queixa do colega, reafirmando que os réus têm sido procurados para aderirem à delação. O procurador reagiu e disse que só procurou José Ricardo da Silva, outro lobista que responde ao processo.

"Por mudanças no paradigma do Judiciário brasileiro, a tática agora (das defesas) não é mais defender o mérito (das acusações)", disparou Frederico Paiva, causando revolta entre as defesas.

O advogado Marcelo Leal voltou a reagir, elevando a temperatura na sala de audiência.

"Quero que o procurador nomeie uma tática chicaneira. A sua afirmação é muito grave e atinge a advocacia nacional. As pessoas estão sendo acusadas por suposições. Em nome da OAB, da qual pertenço, quero fazer um protesto às palavras de vossa excelência", retrucou Leal.

AUDIÊNCIA

Nesta quinta-feira, estão previstos depoimentos de 13 testemunhas, arroladas pelos réus Fernando Cesar Mesquita, ex-diretor de Comunicação do Senado; Lytha Spíndola, ex-servidora da Casa Civil; e Vladimir e Camilo Espíndola, advogados e filhos de Lytha.

Até o momento, seis testemunhas já foram ouvidas.


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