Folha de S. Paulo


Parlamentares tucanos ligados a Alckmin dão apoio a João Doria Jr

Zanone Fraissat - 15.dez.15/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 15-12-2015 : Jantar em homenagem a Joao Doria Jr. na casa do presidente da Riachuelo Flavio Rocha. (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress, MONICA BERGAMO) ***EXCLUSIVO FOLHA****
Pré-candidato a prefeito de São Paulo, o tucano João Doria Jr recebe jantar em sua homenagem

Uma semana depois de o governador Geraldo Alckmin sinalizar apoio à pré-candidatura de João Doria Jr. a prefeito de São Paulo pelo PSDB, parlamentares tucanos se reuniram, na noite desta terça (22), na casa do empresário Washington Umberto Cinel, dono da Gocil, em jantar em homenagem a Doria.

Na avaliação de tucanos paulistas, o evento teve como principal objetivo mostrar ao grupo adversário –que apoia o vereador Andrea Matarazzo– que Doria "também tem apoio parlamentar". Matarazzo, líder do PSDB na Câmara municipal de São Paulo, conseguiu unir toda a bancada tucana da Casa em torno de sua pré-candidatura.

Uma das declarações mais contundentes de apoio ao empresário veio do deputado federal Vanderlei Macris, próximo ao governador. "Eu apoio o João Doria", disse à Folha. Embora menos incisivo, seu filho, Cauê Macris, líder do governo Alckmin na Assembleia paulista, afirmou que "onde o governador estiver estaremos juntos".

Embora nem todos se dispusessem a assumir publicamente que estão ao lado de Doria na disputa interna, nas rodinhas de conversas, os tucanos mais ligados ao governador afirmavam que quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira declararam apoio a Andrea Matarazzo, "ninguém no partido se rebelou".

"Agora, quando o governador faz um aceno ao Doria, causa essa comoção. Só eles podem?", provocou um tucano. "O que não pode é o governador ser emparedado", continuou.

O grupo ligado a Matarazzo vinha atuando para convencer Alckmin a, assim como os outros caciques do partido em São Paulo, se juntar à pré-candidatura do vereador. Ele, entrentanto, resiste à ideia, por considerar Matarazzo muito ligado ao grupo de Serra.

Antes de o jantar ser servido, alguns tucanos fizeram discursos de apoio a Doria. Julio Semeghini, que está na chefia do recém-inaugurado escritório do governo de São Paulo em Brasília, afirmou: "Desde o princípio apoiei o João. Pelo caminho, pela guerra, pela história".

"Eu falava: Como o João vai ganhar a prévia na Capela do socorro? no Grajaú? Como ele vai para Parelheiros? O João tem coração grande, ele abraça as pessoas. Diferente de outros, que não tem essa maneira. Então, todos os lugares em que o João foi ele inverteu... A militância está do lado do João", disse Semeghini.

CAPEZ

Apontado como um dos nomes que ainda podem entrar na disputa interna pela candidatura que enfrentará o petista Fernando Haddad, o deputado Fernando Capez, presidente da Assembleia paulista, afirmou que como filiado ao PSDB, tem direito de "se colocar" na disputa interna para a eleição paulistana.

"Quando, por algum motivo, colocamos um óbice e questões querendo transformar virtudes em defeitos para inviabilizar a pretensão legítima de um filiado, que só é PSDB e não cogita disputar a prefeitura por nenhum outro partido, nós do PSDB começamos a contribuir para boicotar o nosso próprio partido", disse Capez.

Também participaram do jantar pró-Doria o secretário de Logística e Transportes de Alckmin, Duarte Nogueira, o deputado federal Silvio Torres, secretário-geral do PSDB, ambos ligados ao governador, além do deputado Alex Manente, do PPS. Da bancada tucana na Assembleia paulista, também estiveram os deputados Célia Leão, Ramalho da Construção, Coronel Telhada, Hélio Nishimoto e Luiz Fernando Machado, além do vereador Quito Formiga, que já declarou estar com Andrea Matarazzo.

Editoria de Arte/Folhapress

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