Folha de S. Paulo


Japonês da PF, Eduardo Cunha e Delcídio viram máscaras de Carnaval

Depois de virar tema de marchinha de Carnaval, com mais de 2,5 milhões de visualizações, o agente da Polícia Federal Newton Ishii, que ficou famoso por aparecer escoltando políticos e empresários presos na Lava Jato, será tema de máscara de Carnaval.

O plano é que o molde com os traços de Ishii seja produzido ainda nesta sexta (18) na fábrica de máscaras Condal, a maior do Estado do Rio de Janeiro e uma das principais fornecedoras do Carnaval do Brasil.

"Por não se tratar de uma pessoa pública, como um político, que tem uso de imagem liberado, faremos uma máscara inspirada nos traços dele. Será um peça oriental que lembrará o japonês da PF", explicou Olga Valles, proprietária da empresa.

A primeira tiragem, prevista para ficar pronta nas próximas semanas, é de 120 peças e deve ser vendida nas lojas por cerca de R$ 15 cada uma.

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Máscara de carnaval do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Máscara de Carnaval do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Políticos investigados ou presos no âmbito da Lava Jato, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), detido desde 25 de novembro, já ganharam reprodução. Esta semana a Condal fabricou o primeiro lote de cada modelo, sendo 80 peças do deputado e 30 do senador.

Apesar do sucesso com o público, não são as máscaras de políticos que alavancam as vendas da empresa. "As pessoas acham que esses modelos vendem 30 mil peças, mas chegam a no máximo 5 mil. Quem compra é um público mais ligado no assunto", explica Olga.

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Máscara de carnaval do senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
Máscara de carnaval do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na Lava Jato

No Carnaval deste ano a empresa já focou personagens da operação e tentou fazer a reprodução do rosto de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso em janeiro. Antes que o projeto vingasse, os advogados da família procuraram Olga e ela desistiu do modelo. "Ele não é uma pessoa pública e isso poderia acarretar problemas", justificou.

Segundo a empresária, no Carnaval de 2015 os rostos do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa foram os mais pedidos entre os personagens ligados à política. Tudo indica que, em 2016, a Lava Jato é que dará o tom da festa.

A tradição de reproduzir políticos foi iniciativa de Armando Valles, marido de Olga, que morreu em 2007. O primeiro a ser retratado foi Ulysses Guimarães, na década de 1980.


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