O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou na noite desta terça-feira (15) a Brasília para prestar uma série de depoimentos, inclusive na Operação Lava Jato.
Lula não é investigado no inquérito que apura o esquema de corrupção da Petrobras e falou à Polícia Federal nesta quarta-feira (16) na condição de testemunha.
O ex-presidente também prestou depoimento como testemunha em uma ação solicitada pela Justiça italiana para esclarecer suas relações com Valter Lavitola, empresário ligado ao ex-primeiro ministro da Itália Silvio Berlusconi.
Lula ficou em Brasília durante toda a quarta-feira e, no início da noite, seguiu para o Palácio da Alvorada para um jantar com a presidente Dilma Rousseff.
Em setembro, uma carta rogatória foi enviada ao Brasil na qual o Ministério Público italiano pedia oficialmente que Lula fosse ouvido para esclarecer sua suposta relação com Lavitola, operador de diversos negócios de Berlusconi. O empresário foi condenado por extorsão e está preso na cidade de Nápoles.
Enviada pelo Ministério da Justiça italiano, a carta foi recebida pelo órgão equivalente no Brasil e transmitida à PRG (Procuradoria-Geral da República).
O pedido é baseado em uma correspondência enviada por Lavitola a Berlusconi em 2011, na qual Lula é citado como um facilitador nas negociações de uma concessão para a exploração de madeira na Amazônia.
Segundo o empresário, Lula atuou para favorecê-lo mas não estaria, naquele momento, ajudando mais. Em 2011, Lula já havia deixado a Presidência da República.
As autoridades italianas pediam esclarecimento sobre a relação entre Lula e Lavitola, a suposta interferência do ex-presidente do Brasil em uma disputa entre a empresa do italiano e compradores chineses e a influência de Lula nas negociações para a concessão do direito de exploração de madeira na Amazônia.
ZELOTES
Em 3 de dezembro, a Polícia Federal expediu mandado para que Lula fosse intimado a prestar depoimento na Operação Zelotes sobre o suposto esquema de compra de medidas provisórias editadas durante seu governo e o de Dilma Rousseff.
A previsão era de que o depoimento acontecesse nesta quinta-feira (17), mas, segundo a assessoria do Instituto Lula, o ex-presidente não foi intimado e, por isso, não falará à PF nesta quinta, quando retorna a São Paulo.