Folha de S. Paulo


Conselho de Ética do Senado acata representação contra Delcídio

Pedro Franca/Associated Press
This Feb. 26, 2014 photo, released by the Agencia Senado, shows Brazilian Sen. Delcidio do Amaral of the ruling Worker's Party. Brazilian police arrested Amaral, the government's leader in the Senate, for allegedly obstructing the investigation into a corruption scandal at state-owned oil company Petrobras. (Pedro Franca/Agencia Senado via AP) ORG XMIT: XSI103
O senador Delcídio do Amaral, preso na Operação Lava Jato, acusado de atrapalhar investigações

O presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), acatou nesta terça-feira (15) a representação contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso em novembro pela Operação Lava Jato. Dessa forma, o processo começará a tramitar no colegiado com um atraso de duas semanas.

Souza também acatou uma denúncia contra os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e João Capiberibe (PSB-AP). Ela foi apresentada em 2013 mas ficaram paradas na área jurídica da Casa até o início deste mês. O presidente do Conselho só resolveu requerer de volta as representações no mesmo dia em que Randolfe acionou o Conselho contra Delcídio. Os prazos para análise da denúncia são diferentes dos que serão usados para a representação contra o petista.

A representação contra o petista foi protocolada pela Rede e pelo PPS em 1º de dezembro, logo após o senador ter sido preso pela Operação Lava Jato sob a acusação de atrapalhar as investigações e de ter planejado uma rota de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, também preso pela mesma operação, acusado de corrupção. O documento argumenta que Delcídio quebrou o decoro parlamentar.

Segundo Souza, uma reunião do colegiado será marcada para a próxima quinta-feira (17) para a escolha do relator. O peemedebista então sorteará um relator entre os integrantes do colegiado. Ficam excluídos do processo os senadores da Rede e do PPS, porque os partidos assinaram a representação e, pelas regras, seus membros não podem relatar o processo.

Delcídio já poderá ser notificado pelo conselho e terá dez dias úteis para apresentar sua defesa. Souza defendeu que o petista compareça pessoalmente ao Senado para apresentar sua defesa mas, pelo regimento, ele não é obrigado a isso. Seu advogado poderá representá-lo. Delcídio pode arrolar ainda cinco testemunhas de defesa nesta fase do processo.

Aliado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), Souza ditará o ritmo de investigação contra Delcídio, que poderá levar à cassação do mandato parlamentar do petista.


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