Folha de S. Paulo


Conselho de Ética faz 8ª tentativa de votar processo contra Cunha

O Conselho de Ética deu início às 9h37 desta terça-feira (15) à oitava tentativa de decidir se dá ou não continuidade ao processo de cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Apesar da busca e apreensão feita pela Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República na casa do peemedebista na manhã desta terça, a tropa de choque de Cunha foi a primeira a chegar à sala onde é realizada a sessão.

O advogado de Cunha, Marcelo Nobre, disse que nada muda na estratégia da defesa no Conselho devido à ação da PF e do Ministério Público. Aliados comentaram que a ação policial é um indicativo de que a Procuradoria-Geral não tem provas para incriminar Cunha.

"Isso [a ação da Polícia Federal e do Ministério Público] só reforça a nossa defesa. Porque a defesa tem dito duas questões: que não tem prova. E o que decorre da busca e apreensão na casa do meu cliente? A busca de prova. A segunda, a de que o Conselho não tem o poder investigativo, que é do Supremo Tribunal Federal", afirmou Nobre, acrescentando: "Não existe absolutamente prova nenhuma, porque a denúncia não faz prova, as delações não fazem provas."

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 10-12-2015, 16h00: Entrevista exclusiva com o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que foi destituído da relatoria sobre a admissibilidade do processo de cassação contra o presidente da câmara dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética da câmara dos deputados. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVO***
Fausto Pinato (PRB-SP), que foi destituído da relatoria do caso Eduardo Cunha no Conselho de Ética

Nas sete sessões anteriores, a votação foi adiada devido a manobras de aliados de Cunha. Eles vão tentar fazer isso novamente nesta terça, já que pretendemlevar o processo novamente à estaca zero devido à substituição do relator: saiu Fausto Pinato (PRB-SP) e entrou Marcos Rogério (PDT-RO).

A destituição de Pinato foi decidida pelo vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha, sob o argumento de que ele estava impedido de exercer a função porque o seu partido, o PRB, apoio a eleição de Cunha para a presidência da Câmara.


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