Folha de S. Paulo


Lama de Mariana e coreografia anti-Dilma dão o tom em atos nas capitais

Com público menor do que o de protestos anteriores, as manifestações nas capitais brasileiras neste domingo (13) lembraram da tragédia da lama em Mariana (MG) e reuniram grupos que cantaram marchinhas de Carnaval com letras contra a presidente Dilma Rousseff, com direito à coreografia pró-impeachment.

Além de Rio, São Paulo e Brasília, os atos reuniram aproximadamente 33,6 mil pessoas em 18 capitais, segundo levantamento da Folha com base na estimativa da Polícia Militar. Já organizadores estimam ter levado às ruas 78 mil pessoas nesses locais.

Os atos foram pacíficos na maioria dos Estados. Em Belo Horizonte, um homem foi detido pela Polícia Militar após tentar furar um boneco inflável do ex-presidente Lula. Houve tumulto, e a polícia precisou usar spray de pimenta para dispersar a população.

Já na capital paraibana, a briga começou após um homem que estava no ponto de ônibus se manifestar contra o protesto. Novamente a PM teve que intervir, mas ninguém chegou a ser preso.

Em Manaus houve bate-boca entre os próprios manifestantes. Um dos organizadores pediu a saída do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) e uma manifestante reclamou. A PM foi chamada para acalmar os ânimos. Em Belém, pela manhã, um carro de som com manifestantes da CUT foi recebido com vaias e gritos de ladrão ao se aproximar do protesto anti-Dilma.

APOIO A MORO

O apoio ao juiz Sérgio Moro, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal foram lembrados nas capitais. Em Curitiba, haviam camisetas com o rosto do magistrado, e em Porto Alegre hasteou-se uma bandeira com sua imagem.

Em Fortaleza, a coreografia de uma música pró-impeachment voltou a ser apresentada, assim como nos protestos de agosto.

Marchinhas de Carnaval ganharam novas letras em Porto Alegre: "Dilma, eu quero eu quero mamar
dá uma teta pro petista roubar" e "Ele usa capa preta e prende salafrário/Não tem medo de político nem de empresário", referindo-se ao juiz Sérgio Mouro.

Houve paródias com outros estilos musicais. Em Florianópolis, na música "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, o verso "caminhando e cantando e seguindo a canção" foi substituído por "desviando e roubando e extorquindo a nação". Em Fortaleza, houve paródias de músicas que vão do grupo Legião Urbana ao Exaltasamba.

Além de mensagens "Fora, Dilma!", outros cartazes se destacavam. Em Fortaleza, um manifestante carregava uma placa dizendo que a tragédia em Mariana e as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti estavam sendo usados como cortina de fumaça para desviar a atenção da corrupção em Brasília.

Outro, em Florianópolis, levou placa com a frase "Comunismo nunca" em português e em inglês. "É para o mundo saber o que está acontecendo no Brasil", disse o engenheiro aposentado Antônio José Gomes.

colaboraram JULIANA COISSI, VENCESLAU BORLINA FILHO, ESTEVÃO BERTONI, FELIPE BÄCHTOLD, ESTELITA HASS CARRAZZAI, JOÃO PEDRO PITOMBO, JOSÉ MARQUES, KLEBER NUNES, ADRIANO QUEIROZ, JOSÉ LINHARES JÚNIOR, ANDREZZA TRAJANO, JONES SANTOS, MARIA CECÍLIA SILVEIRA SANTOS, LUCIANO TAVARES, LUANA MARTTINA OLIVEIRA DE SIQUEIRA, DANIELLE MENZES DOS SANTOS, YALA SENA, ALINE MARTINS, CARLA GUIMARÃES, JEFERSON BERTOLINI, SILVIA FRIAS, RICARDO ARAÚJO, SÔNIA NUNES e JESSICA DI PAULA


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