O PMDB do Rio articula atrair deputados de outros partidos para conseguir recuperar a liderança da sigla na Câmara. O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi destituído nesta quarta-feira (9) do cargo.
O objetivo é aumentar a bancada do PMDB com nomes fiéis a Picciani. Ele foi destituído com apoio de uma maioria apertada, 35 dos 66 peemedebistas.
A regional fluminense negocia com dois congressistas do PR-RJ. O primeiro que demonstrou disposição para trocar de sigla foi o deputado Altineu Cortes. Dr. João também avalia a troca. Ambos têm interesse em obter apoio do PMDB para as eleições municipais no ano que vem.
A troca de partido depende de aval do PR. A sigla abriria mão de pedir na Justiça Eleitoral o mandato dos novos peemedebistas por infidelidade partidária. Participa da negociação o ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes).
Um terceiro deputado fluminense também discute a filiação ao PMDB-RJ para ajudar Picciani.
Obtida a maioria, a intenção é apresentar novo abaixo-assinado para devolver o cargo ao deputado fluminense.
"Pau que dá em Chico, dá em Francisco", disse à Folha o presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani.
NOVOS SECRETÁRIOS
A articulação é comandada pelo presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Além das novas filiações, a regional fluminense vai nomear deputados de outros partidos que foram eleitos em coligação com o PMDB-RJ.
Eles serão substituídos na Câmara por deputados peemedebistas do Rio atualmente licenciados que deixarão seus cargos nos governos estadual e municipais no Rio.
Paes e Pezão nomearam dois deputados do PTB como secretários em cargos antes ocupados por deputados licenciados do PMDB. As vagas serão ocupadas por peemedebistas
Marco Antônio Cabral já saiu da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Foi substituído pelo deputado Deley (PTB-RJ). O secretário Pedro Paulo (PMDB) também será exonerado da Coordenação de Governo do Rio para voltar à Câmara.
O troca-troca colocou o deputado Walney Rocha (PTB-RJ), que tem base eleitoral em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, como secretário municipal de Abastecimento e Segurança Alimentar do Rio.
Ainda que o movimento não resulte na retomada da liderança, Jorge Picciani afirma que o grupo forma um bloco que não precisa seguir a liderança da sigla na Câmara.
"O Lúcio [Vieira Lima] não dizia que o Leonardo liderava um terço da bancada? Agora vai liderar metade", disse o presidente do PMDB-RJ.