Folha de S. Paulo


Com ameaça de impeachment, Temer tem encontro com Alckmin

Pedro Ladeira - 24.nov.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 24-11-2015, 11h00: A presidente Dilma Rousseff, acompanhada do vice presidente Michel Temer, do ministro das comunicações Andre Figueiredo, do presidente da ABERT Daniel Slavieiro e do presidente da ABRATEL Luiz Claudio Costa, durante Cerimônia de anúncio dos critérios de adaptação de outorgas de radiodifusão AM para FM, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O vice Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto

No momento em que o PMDB ensaia um afastamento do governo federal com a aceitação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer reuniu-se neste sábado (5) com o pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial e governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

A presença de ambos foi combinada previamente e ocorreu em almoço promovido pelo presidente das Indústrias Reunidas São Jorge, Jorge Chammas Neto, em homenagem ao peemedebista.

Na saída, tiraram fotos com os anfitriões e deixaram o encontro com uma diferença de tempo de cerca de dez minutos.

O evento, uma feijoada para cerca de trinta convidados, teve as presenças de empresários e políticos e foi realizado na casa da filha do Chammas Neto, na capital paulista. Na lista de convidados, estavam o maestro João Carlos Martins, o reitor João Carlos Di Genio, da UNIP, entre outros.

Temer e Alckmin conversaram a sós em um dos cômodos da casa, onde se reuniram por cerca de 20 minutos, segundo a Folha apurou.

O deputado Arnaldo Faria de Sá, um dos presentes no almoço, disse esteve no local por 20 minutos e que não viu Temer e Alckmin conversarem. No entanto, não descartou que isso pode ter ocorrido após sua saída. "Quando cheguei, o governador estava com um desembargador e o vice-presidente com Chammas Neto".

Segundo o deputado, Temer disse ao anfitrião que irá se manter distante do impeachment, pois se envolver na questão não é o papel do vice. Já Alckmin se mostrou preocupado com a chegada do vírus zika em São Paulo.

O deputado também relatou que o almoço para Temer estava marcado há tempos, mas ouviu dizer que o convite para o governador de São Paulo participar do evento aconteceu de última hora.

APOIO

Nas últimas semanas, aliados do vice-presidente têm conversado com políticos de oposição em busca de apoio ao seu nome no caso do afastamento da petista. Na quarta-feira (2), por exemplo, horas antes do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter anunciado que aceitaria o pedido de impeachment, o peemedebista participou de almoço com senadores do PSDB, DEM e PSB.

Também neste sábado, Dilma afirmou, em Recife, que mantém a confiança em Temer. "Espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará. Conheço o Temer como político, como pessoa e como grande constitucionalista", disse.

Em mais um sinal do desgaste entre PMDB e PT, o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), um dos principais aliados de Temer, anunciou sua saída do governo federal na sexta-feira (4).

A estratégia dos aliados do vice-presidente é apresentar Temer como uma alternativa segura caso Dilma não conclua o mandato. Além disso, eles organizam uma agenda de viagens do peemedebista pelo país no ano que vem.

O objetivo é torná-lo conhecido e aumentar sua capilaridade junto a lideranças e empresários regionais.

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