Folha de S. Paulo


Grupos agendam atos pró e contra Dilma

Movimentos favoráveis e contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff convocaram manifestações para os próximos dias.

Já estão agendados um ato da CUT, contra o afastamento, e outro do MBL (Movimento Brasil Livre) em parceria com o Vem Pra Rua, que pede a saída da presidente.

Na próxima terça (8), sindicalistas ligados à CUT vão protestar contra o que chamam de "tentativa de golpe" em frente à igreja da Candelária, centro do Rio. O ato seguirá até a Cinelândia.

Em nota, a CUT repudiou a "atitude chantagista e antidemocrática" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e disse que a sociedade "não vai aceitar passivamente esta tentativa declarada de golpe de Estado".

Na segunda-feira (7), líderes da CUT, de outras centrais sindicais e de movimentos sociais, como o MST, vão se reunir em São Paulo para discutir um calendário conjunto de ações. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar desse encontro.

"Nossa estratégia é criar um processo de mobilização grande em todo o país", disse o presidente do PT, Rui Falcão, sobre a reunião.

NA PAULISTA

Já para o dia 13, um domingo, o MBL e o Vem Pra Rua convocaram um ato pró-impeachment que vai se concentrar no vão-livre do Masp, na avenida Paulista.

"Será um aquecimento para a próxima grande manifestação, que ainda não tem data marcada, e uma sinalização de que vamos voltar para a rua", disse Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL.

No último grande ato contra a presidente, em 16 de agosto, 135 mil foram à avenida Paulista, de acordo com contagem do Datafolha. Os outros dois grandes protestos foram em março (210 mil pessoas) e abril (100 mil).

Nesta sexta (4), o MBL divulgará suas próximas ações para pressionar partidos e congressistas pela aprovação do impeachment.

Outro movimento capaz de levar multidões às ruas de São Paulo, mas contrário ao impeachment, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) vai apostar no mote "Fora Cunha" a fim de atrair participantes para seus futuros protestos.

O próximo deles deve ser realizado na semana seguinte ao do MBL e do Vem Pra Rua, como contraponto.

A avaliação dos sem-teto, segundo Guilherme Boulos, um dos coordenadores do grupo, é que Dilma faz um governo "indefensável", devido ao ajuste fiscal; mas a ascensão do vice, Michel Temer (PMDB), seria ainda pior para os trabalhadores.

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Luiz Carlos Murauskas - 16.dez.2002/Folhapress

"Lamento que o país esteja à deriva, entregue a desavenças pessoais numa situação esdrúxula. Com uma mão, o PMDB afaga o governo. Com a outra, o condena. O país continuará na inércia"

Frei Betto, escritor

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Zô Guimaraes/Folhapress

"Não tenho dúvida de que o pedido é legítimo, não sei se é o melhor caminho. Dilma não tem mais condição de governar. O problema é o que acontecerá depois que ela sair"

Ferreira Gullar, poeta e colunista da Folha

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Eduardo Knapp - 19.jan.2015/Folhapress

"Sou contra o impeachment, ainda mais levando em conta de quem vem o pedido. Há essa vontade de não se legitimar o resultado do voto, o que é mais forte porque a presidenta é mulher"

Anna Muylaert, diretora de cinema

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Eduardo Knapp - 8.mai.2015/Folhapress

"O melhor seria ela renunciar. Quanto mais ela resiste, mais difícil vai ser para a economia. A questão não é colocar em dúvida as suas qualidades, mas ela perdeu as condições de governar"

Rubens Ricúpero, ex-ministro da Fazenda de FHC

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Pedro Ladeira - 22.set.2015/Folhapress

"Ou a presidente Dilma vai ficar com mais força depois disto tudo, o que é essencial e importante para ela e para o país, ou de fato teremos um outro desfecho"

Robson Andrade, presidente da CNI

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Regis Filho - 4.mai.2015/Valor

"O fato de um presidente ser fraco e de existir uma crise econômica não é motivo para iniciar um impeachment. Se abrirmos o precedente, abriremos também uma fenda na democracia"

Aldo Fornazieri, cientista político

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Greg Salibian - 30.ago.2015/Folhapress

"Estamos na mão de um chantagista. O governo Dilma é uma tragédia, mas é um governo legítimo. Espero que o STF nos salve, estamos em uma terra de ninguém"

Maria Ribeiro, atriz, diretora, escritora e apresentadora

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Zanone Fraissat - 2.out.2012Folhapress

"Não acredito que a presidente será afastada. O que vivemos é diferente do que aconteceu com o Collor, que fez o povo ir para a rua. Hoje, não vejo uma oposição que mobiliza gente"

Vampeta, ex-jogador de futebol

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Vanessa Carvalho - 29.out.2015/Brazil Photo Press/Folhapress

"Estou muito feliz com o atual momento da política brasileira. Nunca pensei que veria um político preso. Vamos sofrer um pouquinho, mas sairemos bem dessa"

Oscar Schmidt, ex-jogador de basquete


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