O juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, aceitou denúncia contra o ex-presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, e outros 13 réus por corrupção em obras da usina de Angra 3.
A ação é resultado da Operação Radioatividade, deflagrada pela Polícia Federal em julho, como uma das etapas da Operação Lava Jato.
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, já havia aceitado a denúncia contra os acusados, mas o processo foi transferido para o Rio após o desmembramento da Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal.
Além de Pinheiro, são réus na ação os ex-presidentes da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, e de sua subsidiária AG Energia, Flávio David Barra, dentre outros. Eles são acusados de corrupção, cartel e fraude em licitações e de ocultar recursos obtidos com atividades criminosas.
Em despacho publicado na segunda (30), o juiz Bretas confirmou que as investigações prosseguirão e agendou para a próxima semana três audiências para ouvir testemunhas de acusação, como os delatores Dalton dos Santos Avancini e Ricardo Pessoa, executivos da Camargo Correa e da UTC, respectivamente.
Segundo ele, não existem causas para a rejeição das denúncias, uma vez que "os fatos criminosos e suas circunstâncias foram expostos com clareza".
A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos réus.