Folha de S. Paulo


Petista defende continuidade do processo contra Cunha no Conselho

Apesar de um acordo de blindagem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que envolve o congelamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, um dos petistas que integram o Conselho de Ética, Valmir Prascidelli (SP) afirmou na tarde desta segunda-feira (23) que o caso do peemedebista na comissão deve ter continuidade.

Segundo o deputado, está é a tendência de voto entre os três membros do partido que compõem o Conselho. Além dele, também estão Zé Geraldo (PA) e Leo de Brito (AC). Geraldo já afirmou diversas vezes que defende a continuidade do processo contra Cunha e não acredita que o caso deva ser encerrado agora.

"A tendência é de voto favorável à continuidade do processo. A Câmara não pode ficar sem avaliar esse caso. Seria a Câmara se omitir".

Está marcada para esta terça (24) a reunião do Conselho na qual o relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), deve apresentar o parecer preliminar pela admissibilidade do processo de cassação de Cunha. Aliados do peemedebista já adiantarão que pedirão vistas, o que levará a votação apenas para a próxima semana.

Contudo, após a conturbada quinta-feira (19), na qual até mesmo aliados de Cunha avaliam ter exagerado nas manobras de protelação que geraram reações em cadeia contra o peemedebista, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), acredita que a sessão desta terça será mais tranquila e seguirá sem anormalidades.

Como a Folha revelou semana passada, o líder da bancada na Casa, Sibá Machado (AC), se reuniu com os três petistas que representam o partido no Conselho de Ética e fechou a orientação pela blindagem de Cunha. A ordem por parte dos "cunhistas" era esvaziar a sessão. Os petistas só chegaram à reunião após o quórum de 11 deputados ter sido atingido.

Para Prascidelli, o PT não pode se deixar levar por ameaças de Cunha de deliberar pelo impeachment da presidente Dilma caso o partido não o defenda no Conselho de Ética.

O Palácio do Planalto, contudo, está preocupado com essa avaliação. O ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Governo, convocou uma reunião com a ala do partido que defende a saída de Cunha. Não convidou, contudo, os membros do Conselho, para "não constrangê-los", mas deve orientar os colegas a fazer com que haja uma postura mais amena por parte de todos.


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