Folha de S. Paulo


Segurança é reforçada no Congresso para evitar confronto entre grupos

Pedro Ladeira - 30.out.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 30-10-2015, 15h00: Manifestantes pró-impeachment estão acampados desde a semana passada no gramado em frente ao Congresso Nacional pedindo a instalação do processo de impedimento à pres. Dilma Rousseff. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Bandeira do MBL (Movimento Brasil Livre) em acampamento de militantes anti-Dilma em Brasília

Como medida preventiva, a Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados recolheu na manhã desta sexta-feira (13), objetos pontiagudos e cortantes, do acampamento pro-impeachment da presidente Dilma Rousseff que está em frente ao Congresso Nacional há três semanas.

Espetos, cadeiras de ferro, estacas de madeira foram levados do local. A intenção é evitar que, em caso de confronto, tais objetos possam virar arma.

A segurança em torno do Congresso foi reforçada. Policiais Militares cercaram o local, bem como os policiais legislativos.

Isso porque uma série de passeatas organizadas por movimentos sociais de esquerda devem sair às ruas do país nesta sexta-feira (13) para pedir a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e "em defesa da Petrobras".

Os atos são da Frente Brasil Popular, que inclui grupos como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).

O protesto em Brasília tem potencial de ter mais tensão, já que se encontrará com os manifestantes do MBL (Movimento Brasil Livre), que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff e tem posições críticas a esses movimentos de esquerda.

Na capital federal, o protesto também será junto com um ato de grupos estudantis de esquerda –entre eles a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), ambos também parte da Frente–, que protestam também "em defesa da democracia e da educação".

Os atos anti-Cunha têm previsão de ocorrer em cerca de 20 cidades do país. Em São Paulo, haverá uma manifestação às 17h no vão livre do Masp.

ANTI-IMPEACHMENT

A página do MBL no Facebook tem postado vídeos nos quais seus militantes pedem ajuda.

"Pode ser que não ocorra nada demais. Porém, o ânimo deles parece não ser o dos melhores", diz Renan Santos, um dos líderes do movimento.

"Estamos sendo alvo de ataque dessa extrema-esquerda [ele cita supostas agressões e roubos de faixas] e essa coisa está começando a escalar", completa, antes de definir o momento como "extremamente tenso, estressante, [no qual os militantes estão] correndo perigo", completa, antes de pedir que pessoas simpáticas à causa compareçam ao acampamento.

Na noite desta quinta-feira (12), a Polícia Militar do Distrito Federal prendeu um manifestante e apreendeu com ele uma arma de fogo e diversas armas brancas que estavam escondidas em seu carro. Ele, que não teve o nome divulgado, seria sargento reformado da própria corporação.

O homem estaria junto com manifestantes que pregam a volta da intervenção militar no país.

A Folha falou com um dos líderes do movimento, que se identifica como Dom Werneck, 38. Ele afirmou que foram eles próprios que chamaram a polícia. "O nosso movimento é família, cristão, pacífico, não apoiamos esse tipo de atitude", afirmou. Segundo ele, o homem dizia que iria matar Dilma Rousseff e jogar uma bomba no Congresso Nacional.

Num dos vídeos divulgados pelo MBL, o grupo nega que o homem que foi preso estivesse no acampamento.


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