Folha de S. Paulo


Pecuarista amigo de Lula fez lobby na Sete Brasil, disse delator da Lava Jato

O pecuarista José Carlos Bumlai foi descrito pelo delator da Operação Lava Jato Fernando Soares, o Baiano, como uma espécie de lobista na Sete Brasil, empresa que administra o aluguel de sondas para a Petrobras no pré-sal.

Em depoimento, Baiano disse que em 2011 era representante da empresa OSX, de Eike Batista, que tentava obter contratos na Sete Brasil.

Baiano, de acordo com o documento, procurou ajuda de Bumlai porque soube que ele tinha proximidade com o ex-ministro Antonio Palocci.

Eurides Aok - 16.mai.10/Correio do Estado
CAMPO GRANDE, MS, BRASIL, 16-05-2010: O empresário José Carlos da Costa Marques Bumlai. (Foto: Eurides Aok/Correio do Estado) *** DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM ***
O empresário José Carlos da Costa Marques Bumlai, da Operação Lava Jato

O pecuarista, disse Baiano, falou que poderia "trabalhar no assunto" da OSX e, mais adiante, combinou de dividir uma "comissão".

Bumlai, diz o delator, providenciou um encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com João Carlos Ferraz, que dirigia a Sete Brasil.

'ADIANTAMENTO'

Baiano contou que, após o episódio, Bumlai pediu um "adiantamento" porque se dizia "pressionado" por uma nora de Lula que precisava de dinheiro para pagar uma parcela de imóvel.

O pecuarista, em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo", afirmou que levou o presidente da Sete Brasil a um encontro com Lula, mas negou ter providenciado benefícios a parentes dele.

Bumlai também disse que recebeu um repasse de Baiano referente a um empréstimo. Ele também nega ter intermediado o pagamento de uma dívida do PT com o Banco Schahin.

Após a divulgação do caso, Lula afirmou que nunca atuou como intermediário de empresas nem autorizou lobby em seu nome. A pessoas próximas sugeriu que o pecuarista pode ter usado seu nome para obter vantagens.


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