Folha de S. Paulo


Ministro defende subsídios para financiar grandes empresas

Pedro Ladeira -16.abr.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 16-04-2015, 10h00: Presidente Dilma Rousseff participa, ao lado do ministro da defesa Jaques Wagner e do comandante do exército, general Eduardo Villas Bôas, de cerimônia comemorativa do dia do exército, no quartel general do exército, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, defendeu nesta segunda (26) o financiamento de empresas por meio de juros subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O atraso em repasses do Tesouro ao BNDES para compensar os subsídios, conhecido como "pedalada fiscal", foi reprovado pelo Tribunal de Contas da União.

Reportagem da Folha mostrou nesta segunda que cerca de 35% dos valores envolvidos nas pedaladas estão relacionados a financiamentos a empresas e produtores rurais de médio e grande porte, contrariando a versão do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff de que as pedaladas tiveram por objetivo pagar programas sociais como o Bolsa Família.

Para Wagner, o financiamento a grandes empresas com juros subsidiados possibilitou investimentos e geração de empregos em regiões pobres. "Fui governador [da Bahia] e sou testemunha de que não teria chegado de muitas empresas em meu Estado se o BNDES não bancasse esses investimentos com juros compatíveis com o mercado internacional", afirmou.

"O outro lado da moeda é igual. Acabamos de fechar contrato [para fornecimento de caças] com a Gripen da Suécia. Claro que o banco de desenvolvimento sueco nos ofereceu juros convidativos abaixo do mercado para que a gente conseguisse realizar a compra. É um caminho normal, com retorno extremamente positivo de geração de emprego e de desenvolvimento de regiões mais deprimidas, como o Norte e o Nordesteº, completou.

Segundo Wagner, quem acusa o governo de "pedalada" com o BNDES "não enxerga o objetivo final" da política. "Cada empresa dessa para a qual foi oferecido uma taxa de juros compatível [com os investimentos necessários] gerou riqueza e emprego. Todo mundo usa isso", disse.

O ministro, no entanto, reconheceu que a fragilidade das contas do governo reduziu a capacidade do governo de viabilizar financiamento com juros subsidiados. "O governo hoje tem menos musculatura para fazer equalizações desse tamanho. Vamos ter que modular o programa. Jaques Wagner participou de evento da revista Carta Capital em São Paulo.


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