Folha de S. Paulo


Cunha adia decisão sobre principal pedido de impeachment de Dilma

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 13-10-2015, 10h00: Líderes dos partidos da oposição deixam a residência oficial da presidência da câmara após reunião com o presidente deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os líderes Carlos Sampaio (PSDB-SP), Mendonça Filho (DEM-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR) deixaram a casa pouco antes de Cunha sair também em direção ao congresso. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Cunha deixa residência oficial da Presidência da Câmara após reunião com líderes da oposição

Em reunião na manhã desta terça-feira (13) com os principais líderes da oposição, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou que adiou para a semana que vem a decisão sobre autorizar ou arquivar o principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

A medida tem por objetivo aguardar um aditamento ao pedido original –assinado pelo ex-petista Hélio Bicudo e pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior– a ser feito ainda nesta terça pela oposição, conforme adiantou a coluna "Painel".

"As oposições me procuraram e pediram que eu não analisasse o pedido do Hélio Bicudo para aguardar o adendo. Então vou aguardar". Ele, contudo, não adiantou um prazo para definir os rumos do pedido em questão. "Tem que ver, quando chegar, o tipo de conteúdo que vem. Não posso antecipar conteúdo".

Neste adendo, os partidos adversários de Dilma vão apresentar documentos para tentar provar que as chamadas "pedaladas fiscais", que levaram à recomendação da rejeição das contas de 2014 de Dilma pelo Tribunal de Contas da União, continuaram em 2015.

"Está demonstrado. O Ministério Público fez um estudo claro que demonstrou a continuidade das pedaladas em 2015", afirmou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP).

Cunha vinha afirmando que não daria sequência a pedido de impeachment baseado em supostas irregularidades de mandatos anteriores de Dilma.

O acerto entre o peemedebista e a oposição mostra que as duas partes continuam agindo de forma casada nos bastidores, apesar das acusações que pesam contra Cunha na operação Lava Jato. A oposição chegou a soltar uma nota pedindo o afastamento do presidente da Câmara, mas os termos foram acertados previamente entre ele e os líderes do partidos adversários de Dilma.


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