Folha de S. Paulo


Em conversa fria, Dilma demite ministro da Saúde pelo telefone

Pedro Ladeira - 13.abr.2015/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 13-04-2015, 15h00: Presidente Dilma Rousseff, ao lado do ministro Arthur Chioro (Saúde) e Miguel rosseto (Secretaria Geral), durante reunião com o integrantes do Conselho Nacional de Saúde, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, que deixa o cargo na quinta (1°)

A presidente Dilma Rousseff demitiu por telefone nesta terça-feira (29) o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Em uma conversa fria, ela afirmou ao petista que ele fica no cargo até quinta-feira (1°), data em que deve ser anunciada a nova configuração da Esplanada dos Ministérios.

Segundo relatos, ela nem chegou a agradecê-lo pelo trabalho à frente da pasta. "Não reaja", disse a petista na conversa.

A petista teria ficado irritada com declarações recentes do ministro à imprensa, entre elas a de que o sistema de saúde corre risco de sofrer colapso e com a suspeita de que ele estaria trabalhando para se manter no cargo junto a médicos sanitaristas e profissionais do ramo da saúde.

Na semana passada, o ministro já havia reunido sua equipe de secretários para falar de sua saída do cargo.

O encontro foi realizado no mesmo dia em que o Palácio do Planalto informou ao ministro que seu posto seria oferecido ao PMDB na reforma administrativa.

Na época, Chioro chegou a se queixar de que se sentia "rifado" pelo governo federal.

O nome mais cotado para assumir a Saúde é do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI). O parlamentar é formado em medicina e especializado em psiquiatria.

Chioro não é o primeiro ministro dos governos petistas demitido por telefone. Em 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou da mesma forma o então ministro da Educação, Cristovam Buarque, que passava férias em Portugal.

Chateado, Cristovam avaliou como uma "desconsideração" ter sido demitido pelo telefone.

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