Folha de S. Paulo


PSDB lançará documento com críticas a 'crise social' do governo Dilma

Multifocal Além dos ataques à gestão econômica de Dilma Rousseff, o PSDB concentrará as críticas nas políticas sociais do governo. O presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), vai lançar um "plano de superação da crise social", apontando a perda de quase 1 milhão de postos formais de trabalho. Quer explorar o distanciamento do Planalto com as bases petistas e a insatisfação das classes C e D. Marcelo Reis Garcia, que cuidou da área social do programa tucano, coordenará o documento.

Argumento Embora os organizadores do documento da Fundação Perseu Abramo com duras críticas à política econômica do governo não tenham defendido publicamente a saída do ministro Joaquim Levy (Fazenda), setores do PT querem pressionar Dilma a "sair dessa lenga-lenga criada pelo Levy".

Limite "Estamos na defesa do mandato de Dilma. Mas, se nada mudar, teremos a margem de defesa muito diminuída", diz um petista.

Adestrado Do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que ajudou na elaboração do documento da fundação, ao dizer que o ajuste fiscal não ia dar certo: "Se eu explicasse para o meu cachorro que se chama John Maynard Keynes, ele entenderia. Era só saber aritmética elementar".

Operação abafa Diante da insatisfação da base com a possibilidade de adiar a sanção da janela na reforma eleitoral, o Planalto informou a deputados que as medidas sairiam em edição extra do Diário Oficial já nesta terça.

No bolso Além do financiamento empresarial, Dilma sinalizou que vetará também a exigência de que a urna eletrônica imprima o voto. O TSE calcula que haveria um custo adicional de R$ 1,8 bilhão.

Paz e amor Peemedebistas não gostaram de o líder Leonardo Picciani (RJ) ter chamado parte do partido de "velha guarda da Mangueira". "Só há dois grupos: minha velha guarda e a turma da Fanny, de "Verdades Secretas", que ele comanda", diz Geddel Vieira Lima (BA).

Péra lá Líderes do PL estabeleceram contato com representantes do PMDB para tentar desfazer mal-entendidos com o partido. Argumentam que os peemedebistas não foram foco de sondagens para migração e que apenas um deles deve seguir para a nova legenda.

Tête-à-tête O ministro Gilberto Kassab (Cidades), articulador do PL, esteve com Eduardo Paes (PMDB), prefeito do Rio. Parte do PSD, partido do ministro, defendia que Índio da Costa abandonasse a intenção de disputar a sucessão do peemedebista como um aceno à sigla.

Ofensiva O PSD espera filiar onze deputados ao PL. O deputado Guilherme Campos, presidente nacional do partido de Kassab, fez o convite a 77 parlamentares.

Recordar é Os ministros do STF Gilmar Mendes e Celso de Mello, que votaram pela permanência das investigações da Lava Jato em Curitiba, meses atrás criticavam o juiz Sergio Moro, a quem atribuíam atos que usurpariam atribuições da corte.

Viver Ao julgar recursos do caso Banestado, definiram o magistrado como "juiz absolutista, acima da própria Justiça", e condenaram os "repetidos decretos de prisão". A transcrição dos debates circulou na época em escritórios de advocacia. Moro não comenta o assunto.

Acusação inócua Um ano atrás, em plena Lava Jato, Gilmar Mendes pediu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, que avaliasse se Moro havia cometido infração disciplinar. Um doleiro preso alegara parcialidade do juiz.

Deu em nada Celso de Mello queria invalidar o processo julgado por Moro. Teori Zavascki justificou a ordem de prisão. O caso foi arquivado pelo corregedor do TRF-4, desembargador Celso Kipper.

TIROTEIO

A denúncia não se baseia em adjetivos, nem em crise econômica. Está alicerçada na Constituição Federal e na legislação vigente.

DE JANAÍNA PASCHOAL, que assinou a proposta de impeachment, sobre a ministra Kátia Abreu (Agricultura) dizer que não há substância no documento.

CONTRAPONTO

Claque comunista

Em seu ato de filiação ao PMDB, sábado, no Tuca, a senadora Marta Suplicy (SP) deixou para agradecer a presença de representantes do PC do B no final de seu discurso. Antes de ela terminar, gritaram da plateia:
-Não esquece do Orlando Silva!
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, brincou:
-Está contratando gente de outro partido, deputado?
Orlando Silva (PC do B-SP) respondeu:
-Imagina! É que sou popular mesmo.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp, completou:
-Se contratou, Orlando escolheu bem. Foi Márcio Toledo, marido da estrela da festa, quem gritou.


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