De olho na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2016, a senadora e ex-petista Marta Suplicy se filia neste sábado (26) ao PMDB, lançando-se numa guerra com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e com o secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita.
Temendo que o eleitorado tradicional do PT possa migrar para Marta, Haddad decidiu investir na bancada de vereadores peemedebistas e nos integrantes do diretório municipal do PMDB para impedir que eles escolham a senadora como candidata à prefeitura no ano que vem.
Haddad teve uma reunião dura com os quatro vereadores do PMDB de São Paulo.
No encontro, chegou a apelar para que os vereadores apoiassem a candidatura de Chalita à Prefeitura, no lugar de Marta.
Ainda segundo dois participantes do encontro, Haddad disse que não é "trouxa" e ameaçou lançar cinco candidatos para disputar com os vereadores do PMDB em seus redutos.
O prefeito chegou a se exaltar com o vereador Geoge Hato, perguntando em voz alta com quem o peemedebista estava. Segundo participantes, Haddad encerrou a conversa afirmando que não quer entregar o cargo para Marta.
"Ele se exaltou. Os vereadores estão com o Chalita. O fato de ela se filiar não significa que será candidata", diz o vereador Nelo Rodolfo, amigo do vice-presidente Michel Temer. Atualmente, Chalita é o presidente municipal do PMDB e, com a ajuda de Haddad, trabalha para ampliar seu espaço no Diretório Municipal do PMDB.
Marta, por sua vez, teve sua filiação patrocinada pela cúpúla nacional do PMDB, sobretudo Renan Calheiros.
Na reunião com Haddad, os vereadores alegaram que a filiação de Marta amplia o poder do partido no Congresso Nacional. Com Marta, o PMDB chega a 18 senadores. A bancada do PMDB tem agora um quinto do Senado.
Os peemedebistas contam como determinante o voto de Marta para a eleição do senador Eunício Oliveira (CE) para a presidência do Senado.
Eles também relatam que, durante um jantar, Marta se comprometeu a apoiar financeiramente a campanha de seus vereadores no ano que vem. "Num jantar, essa foi a proposta do deputado Jooji Hato", relata Nello. "A senadora concordou".