Folha de S. Paulo


Líder do MST é hostilizado no aeroporto de Fortaleza

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile foi hostilizado por manifestantes ao desembarcar no aeroporto de Fortaleza na noite desta terça-feira (22).

Vídeos publicados nas redes sociais mostram um grupo de cerca de dez manifestantes, com bandeiras do Brasil, gritando e seguindo o líder do movimento social enquanto ele e sua mulher deixavam o aeroporto.

Os participantes gritavam "MST, vai pra Cuba com o PT" e chamaram Stedile de "terrorista", "assassino", "fascista" e "comunista". O episódio durou aproximadamente seis minutos, até o líder entrar em um carro e deixar o aeroporto.

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Segundo a direção do MST, esta não foi a primeira agressão sofrida pelo coordenador nacional do movimento. Stedile também foi alvo de protestos quando circularam nas redes sociais mensagens que ofereciam recompensa para quem o entregasse, "vivo ou morto".

João Pedro Stedile participará na noite desta quarta (23), em Fortaleza, de debate sobre reforma política e combate à corrupção, em evento organizado pelo Movimento Democracia Participativa.

A direção do MST divulgou nota de repúdio ao episódio, que classificou como "ato agressivo e constrangedor", e afirma que analisará a possibilidade de tomar medidas judiciais.

Para o grupo, o episódio é "reflexo do atual momento político pelo qual passa o país, em que se vê crescer a cada dia o ódio contra os movimentos populares, migrantes e a população negra e pobre".

O MST afirma ainda que a cena é uma "demonstração da violência dos setores da elite brasileira dispostos a promover uma onda de violência e ódio contra os setores populares".

Na nota, a direção do MST acusa os "meios de comunicação a serviço de uma direita raivosa e fascista" de incitarem o ódio nas ruas e nas redes sociais com valores "anti-sociais e desumanos".


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