Folha de S. Paulo


Bancadas do PMDB indicam nomes para reforma ministerial

A pedido da presidente Dilma Rousseff (PT), as bancadas do PMDB na Câmara dos Deputados e no Senado Federal apresentarão cinco nomes ao Palácio do Planalto para a reforma ministerial promovida pelo governo federal.

A ideia é oferecer dois nomes da Câmara dos Deputados, dois do Senado Federal e um de consenso entre as duas bancadas das Casas Legislativas.

Como informou a Folha nesta terça (22), após a cúpula nacional do PMDB se recusar a indicar nomes para a nova equipe que a presidente está montando, o governo federal passou a cogitar entregar o Ministério da Saúde ao partido, ampliando a influência do aliado.

Além da Saúde, o PMDB também ambiciona outros dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios: a Educação e a pasta de infraestrutura resultante da provável união entre Portos e a Aviação Civil.

Os primeiros nomes cogitados para a Saúde são Manuel Júnior (PB), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e Marcelo Castro (PI), próximo ao vice-presidente, Michel Temer.

Para a infraestrutura, o partido vê com bons olhos a indicação de Sérgio Souza (PR), José Priante (PA) e Celso Pansera (RJ).

O líder da bancada na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), informou na noite desta terça-feira (22) à presidente a decisão do PMDB da Casa Legislativa de integrar a nova configuração da equipe ministerial.
As pastas da Saúde e Infraestrutura são as duas que a presidente pediu a indicação do peemedebista em reunião que teve com ele na segunda-feira (21) no Palácio da Alvorada.

As indicações do Senado Federal deverão ser definidas na quarta-feira (23), mas o líder do PMDB na Casa Legislativa, Eunício Oliveira (CE), começou a conversar com Picciani sobre a indicação comum.

Segundo a Folha apurou, no desenho da nova Esplanada dos Ministérios, a presidente pretendia que o PMDB do Senado Federal indicasse um novo ocupante para Desenvolvimento, mas a bancada peemedebista tem reivindicado a Integração Nacional.

Os debates ocorrem um dia após o vice-presidente, Michel Temer, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se negarem a discutir com a presidente Dilma a reforma ministerial.

A negativa foi vista com preocupação pelo governo federal, que interpretou como um sinal de distanciamento do partido, num momento em que há pressões dentro da própria legenda para um desembarque do governo. Em novembro, a sigla deve decidir, em congresso, se sai ou não da base aliada.

Hoje, a sigla ocupa as pastas de Minas e Energia, Turismo, Agricultura, Pesca, Portos e Aeroportos. Mas os principais cargos estão com o PT ou são ocupados por nomes da cota pessoal de Dilma.

No desenho inicial de assessores presidenciais, a Saúde seria oferecida ao PMDB do Rio de Janeiro. O governador Luiz Fernando Pezão esteve com a petista nesta segunda-feira (21).

Com a demora na definição, a presidente cogita adiar para sexta-feira (25) sua viagem para Nova York.

Desde o início da semana, tanto o PMDB quanto o PT tem sugerido à petista que deixe a reforma ministerial para semana que vem, para evitar um novo desgaste no momento em que o governo federal enfrenta dificuldades no Congresso Nacional.

Para assessores e auxiliares da petista, é pouco provável que ela consiga anunciar até sexta-feira (25) uma reforma administrativa completa.

Eles acreditam que ela deve definir a divisão dos ministérios por partidos nesta semana, mas anunciar a conta gotas os nomes que irão ocupar cada pasta.


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