Folha de S. Paulo


Governo Alckmin diz usar 'critérios técnicos' para publicidade em veículos de Doria Jr.

Em nota, o governo do Estado de São Paulo afirmou que "filiação partidária não foi, é ou será o critério que condiciona a escolha de veículos de comunicação que vão divulgar as campanhas publicitárias da administração paulista".

Neste domingo (13), a Folha publicou reportagem em que mostra que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) pagou R$ 1,5 milhão por anúncios veiculados em sete revistas da Doria Editora, entre 2014 e abril deste ano. A empresa pertence ao empresário João Doria Jr., um dos pré-candidatos do PSDB à prefeitura paulistana.

A resposta acima não foi publicada na edição impressa da Folha deste domingo (13) por um problema técnico. Questionado pela reportagem sobre a publicidade nos veículos da Doria Editora, o governo paulista enviou as respostas em dois e-mails.

A reportagem identificou apenas a mensagem com o retorno referente ao gastos de publicidade, e não aquela com as respostas sobre o grupo Doria Editora, que foi identificada como spam (propaganda indesejada) no correio eletrônico do repórter e excluída automaticamente de sua caixa de entrada.

Na nota enviada pela assessoria de imprensa, o governo cita como exemplo o programa do apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena, "historicamente filiado ao PT", e que também foi escolhido pelas agências de publicidade para inserções de campanhas do Estado.

Em agosto, o apresentador se desfiliou do PT e, assim como Doria, também tem se apresentado como pré-candidato a prefeito de São Paulo.

O governo de São Paulo reiterou que, para conferir "transparência" à área, recomendou às agências de publicidade que prestam serviços à Subsecretaria de Comunicação que não incluam veículos e programas de pré-candidatos nos planos de mídia que divulgam campanhas do governo estadual.

"O planejamento de propaganda do governo do Estado é elaborado com base em critérios técnicos, de forma a alcançar diretamente o público-alvo para cada campanha, garantindo o bom uso do recurso público", diz a nota.

Segundo o governo paulista, no caso da publicidade veiculada na Doria Editora, "os mesmos critérios técnicos levaram a iniciativa privada, outros governos estaduais, entidades de classe e também órgãos do governo federal a veicular anúncios em suas publicações".

Governo paulista pagou R$ 1,5 milhão em publicidade a revistas de Dória


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