Folha de S. Paulo


'Não sei se teve evolução política', diz Levy sobre sua situação no cargo

Zipi/Efe
GRA036. MADRID, 07/09/2015.- El ministro de Hacienda de Brasil, Joaquim Levy, durante el desayuno informativo sobre
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nesta segunda (7) durante café da manhã em Madrid

Ao comentar o discurso de 7 de Setembro da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou à Folha que o momento é de "cooperação" e disse que não saberia dizer se houve "evolução política" sobre sua situação no governo depois da reunião que teve com a presidente na quinta-feira (3).

A declaração foi dada por Levy na noite desta segunda (7) ao chegar a Paris, onde participa de reuniões com empresários nesta terça (8).

Questionado sobre como vê sua própria situação no cargo após a última conversa com Dilma, Levy respondeu: "Eu estou no exterior, não sei se teve alguma evolução política. O resto a gente tem trabalhado para garantir essa ponte, uma ponte fiscalmente sustentável para a gente passar esse período e chegar com segurança, inclusive garantindo total reconhecimento da qualidade da nossa dívida pública, para fazermos essa ponte de garantia fiscal até a gente entrar com tudo pronto neste período de maior produtividade".

Na quinta-feira, Levy teve um encontro com Dilma e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Planejamento) para conter a crise na equipe econômica e o risco de o ministro da Fazenda deixar o cargo em meio à sua divergência sobre o envio da proposta do Orçamento de 2016 com uma previsão de deficit de R$ 30,5 bilhões.

Levy não quis entrar em detalhes sobre o teor da conversa de quinta-feira, que quase levou ao cancelamento de sua viagem à Turquia, para uma reunião do G20, de onde foi para Madri e, agora, Paris. "A conversa (com Dilma) foi como sempre, sobre os temas relevantes, exatamente a nossa política fiscal", disse.

COOPERAÇÃO

O ministro afirmou que é hora de "cooperação" ao comentar o discurso de 7 de setembro da presidente Dilma, em que ela defendeu "remédios amargos" para a crise e disse que o governo vai superar possíveis "erros" cometidos.

"Acho que é um momento de cooperação, um momento em que a gente se dá conta de que é importante tomar as medidas necessárias para a gente continuar o reequilíbrio da economia. A economia já está se reequilibrando, você vê a conta corrente diminuir e a expectativa de inflação também tem caído, toda ela (economia) se reequilibrando", afirmou Levy.

"Agora é importante a gente tomar outra medidas, particularmente na área fiscal, para que esse processo continue, também medidas estruturais para preparar o Brasil para esse novo momento com novas perspectivas de crescimento", destacou o ministro.


Endereço da página:

Links no texto: